A violência de gênero é uma das mais persistentes violações de direitos humanos em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um terço das mulheres em todo o mundo já sofreram algum tipo de violência. A violência doméstica aumenta o risco de infecção por HIV em até uma vez e meia, dependendo da região. Entre as populações marginalizadas, uma alta prevalência de violência está ligada a taxas mais altas de infecção pelo HIV, particularmente entre as mulheres trans. Leia Mais

Durante minha recente visita à África do Sul, eu as escutei atentamente e as compreendi. A epidemia do HIV está inseparavelmente ligada à violência sexual e de gênero e ambas nunca podem ser separadas. Precisamos da dedicação dos defensores dessa causa para levar adiante essas questões. Leia Mais

Imagine essa situação: uma travesti procura o serviço de saúde precisando de atendimento básico em função de uma dor de cabeça, uma tosse insistente ou mal estar no estômago. Ao chegar na unidade de saúde, ela já encontra obstáculos a partir da entrada, quando o segurança do estabelecimento já lhe pede informações adicionais que não seriam pedidas a outras pessoas. Ao fazer seu cadastro, mesmo com o documento do nome social, ela é tratada pelo nome civil, no gênero masculino e, muitas vezes, ridicularizada diante de todos que ocupam a sala de espera—quando não é ignorada de diversas formas. Leia Mais

ALTERAÇÃO NA CHAMADA PÚBLICA: 

O UNAIDS Brasil vem, através do presente comunicado, informar alteração na Chamada Pública do Concurso – SEGUNDA FASE DO #DesafioUNAIDS. Leia Mais

Ao final de quatro meses de formação, 13 jovens residentes no Distrito Federal conseguiram concluir o Curso de Orçamento Público em Saúde, Advocacy e Negociação para Jovens Lideranças no Distrito Federal. Como parte de um projeto-piloto organizado pelo UNAIDS Brasil, a capacitação teve como objetivo ampliar a incidência política de jovens e a participação no controle social da saúde pública dentro do DF, com foco em questões de HIV e AIDS. A cerimônia de encerramento do curso aconteceu no início de abril (6/4), na Casa da ONU em Brasília.

Participaram da formação principalmente jovens de populações-chave e prioritárias, como pessoas vivendo com HIV/AIDS, gays e outros homens que fazem sexo com homens, travestis, transexuais e população negra. A seleção foi feita por meio de chamada pública.

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O curso, que teve início em janeiro, intercalou sessões presenciais com estudos dirigidos, sessões de coaching e atividades de campo, entre elas estiveram encontros com o gerente de IST/AIDS da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Sérgio D’Ávila.

Divididos em grupos, os alunos também construíram quatro projetos nas temáticas de comunicação, fortalecimento dos conselhos gestores, educação sexual nas escolas e capacitação de profissionais de saúde, voltados para melhorar a qualidade de vida da população do DF. Os projetos foram apresentados e discutidos junto ao Secretário de Saúde do Distrito Federal.

“Tivemos, durante esse período, uma experiência bem interessante. Conseguimos desmistificar o pensamento de que propor e negociar com o estado é uma coisa complicada”, explica Iradj Eghrari, facilitador do curso. “Eu acredito que esse curso tem o papel de ser o iniciador de um processo e que muita gente vai poder aproveitar o que foi iniciado aqui.”

A Diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, acredita que o balanço final deste projeto-piloto foi muito positivo, não apenas na capacitação pessoal dos jovens participantes, mas como um projeto que pode ter resultados concretos e definitivos na saúde pública em todo o país.

“O número de casos de HIV entre jovens têm aumentado, então é muito importante que os próprios jovens se envolvam em todo o processo de construção da agenda em saúde e levem suas necessidades aos gestores“, explica Georgiana. “Também é importante lembrar que tudo o que aprenderam aqui não fica só com eles, vai ser disseminado em outras esferas e para outras pessoas, ampliando a participação pública na esfera governamental.”

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Durante o encerramento, os participantes fizeram um debate para expor suas impressões sobre o curso e falar da importância de uma atividade envolvendo a capacitação em orçamento público. Confira algumas das principais conclusões: 

“O que mais me surpreendeu foi o fato de termos criado conteúdos reais e projetos que podem transformar a realidade do HIV e AIDS aqui no DF. Perceber isso no final é muito gratificante. A gente soube articular com instituições, e isso empodera. Faz a gente se sentir capacitado para poder realizar alguma mudança sólida na sociedade.”
Felipe Rezende, formado em Relações Internacionais.

“Ver um projeto ser construído do início, e acompanhar todos os degraus, é uma sensação muito interessante. Quando a gente entende como cada etapa funciona, a gente passa a entender a importância de ter bons projetos, saber onde entrar e cobrar.”
Taís Rodrigues, estudante de Jornalismo.

“Sempre me vi em todos os passos do projeto pensando em como isso poderia mudar a vida de alguém. E quando for posto em prática, com certeza vai mudar.”
Josué de Oliveira, estudante de Odontologia.

“Eu acredito que o maior aprendizado foi compreender a necessidade do outro. Entender outras expectativas, tentar achar uma solução que não prejudicasse nenhuma das partes, ser diplomática. Dentro de uma negociação a gente tem que saber compreender o lado do outro independente de posicionamento político. O trabalho de ceder pode ser traduzido em empatia”, defende.”
Jeffie Cardoli, estudante de Direito.

Projetos desenvolvidos pelos participantes

Conheça os projetos de cada área temática, elaborados durante o Curso de Orçamento Público em Saúde, Advocacy e Negociação para Jovens Lideranças no Distrito Federal:

Comunicação: Utilizar mídias alternativas, tais como YouTube, Facebook e/ou Twitter, para despertar o interesse do jovem nas questões que envolvem a área da saúde e especificamente HIV/AIDS e ISTs. Estabelecer uma capacitação para comunicadores das mídias comerciais e comunitárias a fim de nivelar os conhecimentos sobre ISTs com a finalidade de garantir a diminuição do estigma, promover integração e qualidade nos processos de produção de informação.

Fortalecimento dos Conselhos Gestores: Criar e consolidar um Conselho de Gestão em Ceilândia que seja capaz de levantar informações e demandas sobre os usuários do SUS, e que irá fiscalizar e controlar/acompanhar a execução das políticas públicas de saúde, visando o fornecimento do melhor serviço possível na área para os usuários e funcionários da saúde.

Educação sexual nas escolas: Mobilizar a comunidade escolar acerca do tema HIV/AIDS. Promover um concurso de redação e multimídia na escola com assuntos relacionados ao tema.

Capacitação de profissionais de saúde: Fortalecer a descentralização dos serviços de atenção básica relacionados ao HIV por meio da formação de jovens lideranças e profissionais de saúde, e do fomento a ações de acolhimento, testagem, tratamento e prevenção.

Na África Subsaariana, três em cada quatro novas infecções entre jovens de 15 a 19 anos são entre meninas, enquanto, globalmente, o HIV é a principal causa de morte entre mulheres de 30 a 49 anos. Sabemos que a igualdade de gênero e o empoderamento feminino são pontos essenciais para acabar com a epidemia de AIDS até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O UNAIDS está comprometido com a integração da igualdade de gênero e dos direitos humanos em suas políticas programáticas e de gestão. Leia Mais

Já imaginou entrar por uma porta e dar de cara com situações do cotidiano que envolvem sexualidade, só que com uma pitada a mais de interatividade, conectividade, acessibilidade e informação? Foi essa a experiência vivida por mais de 4 mil jovens que já participaram do projeto Tô Dentro, da Secretaria de Saúde Municipal de Viamão (RS), uma das cidades signatárias da Declaração de Paris pela Aceleração da Resposta ao HIV. Idealizado em 2016 pelo Programa Municipal de IST/AIDS, a ideia é trabalhar temas como prevenção, testagem, tratamento, preconceito, discriminação e percepção de risco de uma maneira mais sensorial e lúdica. Leia Mais

O UNAIDS relançou o Atlas de Populações-Chave. A ferramenta on-line fornece uma variedade de informações sobre membros de populações-chave em todo o mundo—profissionais do sexo, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas que usam drogas injetáveis, pessoas trans e pessoas em prisões e outros ambientes privativos de liberdade—agora inclui informações novas e atualizadas em várias áreas. E, além de dados sobre as cinco populações-chave, agora o Atlas também traz dados sobre pessoas vivendo com HIV. Leia Mais

O UNAIDS emergiu como um dos melhores atores no primeiro relatório de Saúde Global 50/50. Leia Mais

Começou esta semana (28/2 e 1/3), em São Paulo, a formação audiovisual “Luz, Câmera, Zero Discriminação”, voltada exclusivamente para pessoas trans. O projeto do UNAIDS conta com financiamento do M·A·C AIDS Fund—no âmbito da iniciativa Fast-Track Cities (Aceleração da Resposta ao HIV nas Cidades)—e parceria do Centro de Cidadania LGBT Luiz Carlos Ruas, onde os encontros semanais acontecerão até o dia 28 de março. Leia Mais

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