UNAIDS apela para maiores compromissos de financiamento para apoiar os esforços globais para acabar com a AIDS até 2030

Com grandes dificuldades de financiamento desde 2015, o UNAIDS convocou doadores, parcerias e participantes do Junta de Coordenação do Programa (PCB) em Genebra, Suíça, para um diálogo a fim de ajudar a reforçar os esforços do UNAIDS no apoio aos países para acabar com a AIDS até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Durante a reunião, realizada em 15 de novembro de 2021, o UNAIDS advertiu que apesar de um número crescente de países demonstrar a possibilidade de acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública, a resposta global ao HIV está perdendo força, resultando em um declínio lento de novas infecções pelo HIV e mortes relacionadas à AIDS. No mundo, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram infectadas pelo HIV em 2020, e a cada 60 segundos alguém morria de uma doença relacionada à AIDS. Sem uma correção imediata nesse trajeto e sem um impulso renovado, o UNAIDS teme que as esperanças de alcançar a meta de acabar com a AIDS em 2030 possam desaparecer.

A reunião foi realizada para aprofundar a compreensão do trabalho do UNAIDS e de seu papel crítico na saúde global. Palestrantes destacaram que desde sua criação em 1996, o UNAIDS trouxe um valor único à resposta global à AIDS, alavancando os pontos fortes combinados do sistema das Nações Unidas, liderando esforços para expandir o acesso à prevenção, tratamento e serviços de atenção ao HIV, aumentando os recursos globais para o HIV, construindo compromisso político e coletando dados para construir respostas informadas com base em evidências.

“À medida que avançamos para a próxima fase da resposta à AIDS, o risco de negligência política aumenta à medida que a epidemia se concentra entre as populações mais marginalizadas, discriminadas, criminalizadas e entre adolescentes e mulheres jovens. O Programa Conjunto é agora mais necessário do que nunca”.

Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS

O presidente da Junta de Coordenação do Programa demonstrou como o apoio do UNAIDS se adaptou e foi crítico na crise da COVID-19. “Na Namíbia, vimos muito claramente a contribuição do UNAIDS durante este ano passado tão difícil, pois experimentamos um aumento exponencial nos casos de COVID-19, hospitalizações e mortes”, disse Julia Imene-Chanduru, representando a Presidente da Junta de de Coordenação do Programa do UNAIDS.

“Nosso sistema de saúde estava severamente sobrecarregado. Durante este tempo, o UNAIDS apoiou a Namíbia para assegurar a continuidade do tratamento para pessoas vivendo com HIV, apoiando-nos a passar para a distribuição mensal de tratamento antirretroviral e ajudando-nos a fortalecer o envolvimento da comunidade na COVID-19 e no HIV”.

As pessoas que palestraram na reunião enfatizaram que o UNAIDS também tem sido fundamental no combate ao estigma e à discriminação e na luta pela igualdade e pelos direitos humanos. Em geral, estas contribuições únicas e essenciais do UNAIDS representam menos de 1% de todo o financiamento disponível para atividades de HIV em países de baixa e média renda.

“Nossa saúde é um alicerce não só para a própria vida, mas é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse Amina Mohammed, secretária-geral adjunta das Nações Unidas. “O UNAIDS é inteligente e traz ação transformadora à vida. Do total do financiamento global para o HIV, o 1% que o UNAIDS representa ajuda a alavancar bilhões de dólares. Peço-lhes que continuem a aumentar suas contribuições a esta organização e apoiem seu incrível trabalho capaz de salvar vidas”.

Desde 2015, o UNAIDS tem sofrido graves declínios em termos de financiamento. Para 2020 e 2021, o Programa Conjunto tinha um orçamento anual aprovado de US$ 242 milhões. Em 2020, o UNAIDS arrecadou US$ 194,1 milhões, mas espera-se que arrecade apenas US$ 165 milhões em 2021. A reunião proporcionou uma oportunidade para aprofundar a compreensão de organizações doadoras sobre o trabalho do UNAIDS e alertou sobre o custo da inação ou do financiamento insuficiente.

“Nossa situação atual de financiamento limita o que é possível e o que pode ser viabilizado”, disse Winnie Byanyima. “Chegou a hora de investir. É hora de corresponder a nossa ambição política e equipar todas as nossas partes interessadas para impulsionar a resposta e ajudar a realizar o direito humano à saúde para todas as pessoas. É nossa responsabilidade como Programa Conjunto voltar a colocar a AIDS na agenda do desenvolvimento, mas não apenas com os discursos, mas também com orçamentos”. O apelo da delegação da organização não-governamental é que queremos uma UBRAF totalmente financiada. Queremos uma resposta totalmente financiada pelo UNAIDS e uma resposta totalmente financiada à AIDS”, disse Gracia Violeta Ross Quiroga, presidente Nacional da Rede Boliviana de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (REDBOL).

O UNAIDS apela às organizações doadoras e parcerias a criar um impulso em torno de oportunidades potenciais e compromissos mútuos relacionados ao financiamento da UNAIDS e da resposta à AIDS, incluindo a priorização da alocação de recursos e o estabelecimento de prioridades. O UNAIDS insiste para organizações doadoras financiem de forma adequada, previsível e flexível para o UNAIDS através de acordos plurianuais de financiamento central e não central para apoiar plenamente os esforços do UNAIDS para acabar com a AIDS até 2030.

“Reiteramos os apelos que foram feitos hoje pela Secretaria e copatrocinadores para que o financiamento seja previsível e sustentado a fim de permitir que o Programa Conjunto cumpra nossos objetivos comuns. O Quênia continua empenhado em apoiar este processo e está pronto para participar de quaisquer discussões subsequentes”, disse Peace Mutuma, da Missão Permanente do Quênia junto às Nações Unidas em Genebra.

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