Nesta quinta-feira, dia 13 de abril, aconteceu a primeira reunião do Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (GT UNAIDS) de 2023.
O encontro foi realizado no escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil que no biênio 2023-2024 assume a coliderança do GT UNAIDS, cujo objetivo é promover e orientar as ações conjuntas das Nações Unidas em temas relacionados ao HIV/AIDS.
“A OIT reconhece que o HIV tem um impacto potencialmente devastador sobre o mundo do trabalho e a produtividade, e representa um enorme desafio para as pessoas que trabalham, suas famílias e comunidades em uma série de maneiras. Por exemplo, o estigma e a discriminação relacionados ao HIV ameaçam direitos fundamentais no trabalho e prejudica as oportunidades de obter um emprego decente e sustentável.”, destaca Vinícius Pinheiro, diretor do Escritório da OIT para o Brasil. “Pesquisas recentes da OIT apontam que 8% das empresas que responderam exigem a testagem para HIV em processos seletivos, o que gera estigma e discriminação no ambiente de trabalho”, explica.
Em sua reunião, o GT UNAIDS abordou a segunda edição do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS, cujo objetivo é detectar e medir a mudança de tendências em relação ao estigma e à discriminação relacionados ao HIV, a partir da perspectiva das pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Lançada em 2019, a primeira edição da pesquisa revelou que 64,1% das pessoas entrevistadas haviam sofrido alguma forma de estigma ou discriminação por viverem com HIV ou com AIDS.
Outro dado revelou que 19,6% das pessoas entrevistadas haviam perdido uma fonte de renda ou emprego, ou foram rejeitadas em uma oferta de trabalho por viverem com HIV ou com AIDS.
“A ideia do Índice de Estigma, como um questionário padronizado globalmente, é que sirva como um monitoramento do nível de estigma em relação ao HIV/AIDS em vários países”, explica o Professor Dr. Angelo Brandelli, coordenador da pesquisa. “O Índice parte de dois princípios que conferem um envolvimento significativo das pessoas vivendo e convivendo com HIV/AIDS em todas as etapas do processo. Ou seja, as pessoas com HIV participam ativamente na elaboração, na coleta de dados e em todas as fases posteriores”, explica Ângelo.
Por fim, durante a reunião do GT UNAIDS foram discutidas, também, estratégias para inserir o HIV e pessoas que vivem com HIV nas atividades das agências, fundos e programas das Nações Unidas, além de formas de ampliar a integração e o acesso a direitos relacionados a partir do Governo Federal.
“Como definiu a Estratégia Global para AIDS 2021-2026, precisamos acabar com as desigualdades para acabar com a AIDS. Por isso, é fundamental a integração da resposta ao HIV em áreas para além da saúde, como o trabalho e a educação”, finaliza Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS Brasil.