Uma equipe do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), liderada por Claudia Velasquez, diretora e representante no Brasil, se reuniu na quinta-feira, 02, com Roberta Eugênio, secretária executiva do Ministério da Igualdade Racial, na sede do ministério, em Brasília.
Na reunião, o UNAIDS apresentou projetos desenvolvidos para a resposta ao HIV e que também são direcionados à população negra. Esta população concentra, desde 2016, de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, lançado em dezembro de 2022, mais da metade das infecções por HIV.
Em 2021, 60,6% dos casos foram noticiados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Um dos projetos apresentados ao ministério foi o “Mulheres, diversidade, e impacto local”, lançando pelo UNAIDS em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O projeto, que contou com diversas oficinas, teve o objetivo de ampliar o conhecimento e acesso de mulheres e suas diversidades à prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidado integral em HIV/AIDS, além de tratar sobre violência baseada em gênero.
Entre mulheres – que são populações-chave e prioritárias -, as mulheres negras têm uma maior incidência em novas infecções por HIV.
De acordo com o SINAN, desde 2013, mais da metade das infecções entre mulheres por HIV se concentram entre negras. Em 2022, o percentual chegou a 61,4%.
“A reunião com o Ministério da Igualdade Racial é um passo importante para podermos aprimorar e expandir projetos que contemplem de forma mais abrangente a população negra brasileira”, diz Claudia Velasquez. “É sabido que, no Brasil, as desigualdades estruturais impactam mais diretamente a população negra, e dentro deste recorte racial, as mulheres negras são ainda mais afetadas”, finaliza.
A secretária executiva, Roberta Eugênio, indicou a importância da reaproximação com o UNAIDS e no avanço de projetos direcionados para aumentar a prevenção e o acesso da população negra aos serviços de saúde. “O Ministério da Igualdade Racial tem muito interesse em contribuir com a agenda de enfrentamento das desigualdades que retardam a mitigação da infecção pelo HIV e da AIDS e diversos outros aspectos transversais do tema. Estamos à disposição para trabalhar colaborativamente e acumular os aprendizados em busca de resultados concretos para a população”, finaliza.