Análise mostra aumento de investimentos governamentais em 2020. Desafios da COVID-19 tornam incertos recursos futuros

Um novo relatório da KFF (Fundação Família Kaiser, em tradução livre para o português) e do UNAIDS constata que os investimentos dos governos doadores para a resposta ao HIV em países de baixa e média renda aumentaram em US$ 377 milhões em 2020, chegando a US$ 8,2 bilhões em 2020 em comparação com US$ 7,8 bilhões em 2019. O financiamento do governo doador apoia os cuidados e o tratamento ao HIV, a prevenção e outros serviços em países de baixa e média renda.

O crescimento do financiamento é quase inteiramente resultado do aumento das contribuições dos Estados Unidos para o Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, que se deve em grande parte ao reembolso do financiamento do ano anterior. Não se espera, portanto, que o país mantenha o nível de investimento para o Fundo Global em 2021.

Os Estados Unidos continuam sendo o maior doador para o HIV, representando 76% de todo o financiamento do governo doador, seguido pelo Reino Unido (7%), Japão (3%), Alemanha (3%), e França (3%). Como outros governos continuam a retirar financiamento bilateral, os Estados Unidos são responsáveis por uma parte crescente do financiamento global para o HIV por parte dos governos doadores.

O relatório reflete decisões políticas e de financiamento de anos anteriores e não capta totalmente o impacto da COVID-19 nas decisões de financiamento dos doadores. “Enquanto muitos governos estão começando a se recuperar da pandemia, seu impacto global e a recessão relacionada tornam imprevisível o financiamento futuro da resposta ao HIV”, disse Jen Kates, vice-presidente sênior da KFF.

“Não apenas alguns países de baixa e média renda estão passando por uma ‘terceira onda’ de COVID-19, as vacinas permanecem em grande parte fora de alcance, potencialmente levando a maiores necessidades de financiamento para o HIV e outros serviços de saúde.” 

Jen Kates, vice-presidente sênior da KFF

“Estamos em um estágio crítico na resposta à AIDS, pois os países estão enfrentando os enormes desafios colocados pela pandemia de COVID-19”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS. “Mas ainda temos uma oportunidade de acabar com a epidemia até 2030 se doadores e países se comprometerem a mobilizar recursos e priorizar a saúde, os direitos humanos e a igualdade, que são os componentes-chave, não só para nos tirar da pandemia do HIV e da COVID-19, mas são a pedra angular da recuperação econômica e da segurança.”

Estes dados estão incluídos em um relatório global mais amplo do UNAIDS, que examina todas as fontes de financiamento para a diminuição do HIV, incluindo governos locais, organizações não-governamentais e o setor privado, e os compara com os recursos necessários para atingir as metas relacionadas a testes e tratamento.

O novo relatório, produzido como uma parceria de longa data de mais de 15 anos entre a KFF e o UNAIDS, fornece os últimos dados disponíveis sobre o financiamento dos governos doadores com base nos dados fornecidos pelos governos.

O relatório inclui assistência bilateral a países de baixa e média renda e contribuições ao Fundo Global, UNAIDS e UNITAID. “Financiamento do governo doador” refere-se aos desembolsos, ou pagamentos, feitos pelos doadores.

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