No Dia Internacional da Mulher, o UNAIDS pede direitos, igualdade e empoderamento para mulheres e meninas

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o UNAIDS pede pela renovação de esforços na busca de igualdade de gênero para aumentar, acelerar e facilitar o acesso aos serviços de HIV para mulheres e meninas. 

Dados globais dos últimos 20 anos mostram que houve um grande progresso na prevenção de novas infecções por HIV entre mulheres e meninas. A taxa de novas infecções por HIV diminuiu em 63% entre adolescentes e jovens mulheres entre 2010 e 2023. 

No entanto, mulheres e meninas continuam sendo as mais vulneráveis ao HIV. Na África subsaariana, adolescentes e jovens mulheres com idades entre 15 e 24 anos têm três vezes mais chances de serem recém-infectadas por  HIV do que homens e meninos da mesma faixa etária.  

A cada semana, 4 mil jovens mulheres e meninas são infectadas pelo HIV globalmente; 3.100 delas estão na África subsaariana.  

Dados Brasileiros 

O Ministério da Saúde, por meio do Relatório de Monitoramento Clínico, mostra que são as mulheres que vivenciam os maiores desafios em todas as etapas do cuidado com infecção por HIV. Os dados mostram desigualdade de acesso da prevenção ao tratamento. 

Enquanto 92% dos homens que vivem com HIV já receberam o diagnóstico, entre as mulheres a taxa é de 86%. Quando se trata do tratamento, a diferença persiste: 82% dos homens têm acesso à terapia antirretroviral, entre as mulheres, esse número cai para 79%. O mesmo se observa no controle da carga viral – essencial para impedir a transmissão do vírus – os homens apresentam melhores resultados: 96% conseguem a supressão viral, enquanto entre as mulheres a taxa é de 94%. 

Esses dados reforçam a necessidade do país de promover uma resposta ao HIV para as mulheres que considere suas necessidades específicas em prevenção, diagnóstico e tratamento.

O UNAIDS insta a continuidade do financiamento para apoiar mulheres e meninas na prevenção de novas infecções por HIV, na interrupção da violência baseada no gênero – que aumenta o risco de infecção por HIV entre mulheres e meninas – e para garantir acesso ao tratamento, se não houver a prevenção.  

“Há uma profunda injustiça vivenciada por mulheres e menina: a vulnerabilidade delas ao HIV”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS. “Mas quando trabalhamos com países para apoiar as meninas e permitir que completem o ensino médio, as mantemos mais seguras contra o HIV, gravidez na adolescência, violência e casamento infantil. Isso significa que os programas de HIV para mulheres e meninas precisam ser plenamente financiados e expandidos, e que elas devem poder acessar ferramentas de prevenção e tratamento que atendam às suas necessidades específicas. Isso inclui novas ferramentas de prevenção, como as novas tecnologias de prevenção do HIV  por injeção de longa duração. O HIV é uma questão feminista, e não podemos mais esperar pela igualdade de gênero.”, finaliza.  

O ano de 2025 marca o 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. Adotada em 1995 por 189 governos, a declaração continua sendo um plano fundamental para os direitos das mulheres e meninas em todo o mundo. 

Baseada nas experiências e demandas de mulheres e meninas, a Declaração de Pequim delineou 12 áreas críticas de ação e reforçou  o direito das mulheres a viverem livres de violência. “Os direitos humanos são direitos das mulheres e os direitos das mulheres são direitos humanos”, foi o grito de guerra das feministas naquela conferência. Ainda é.  

O mundo não pode esperar mais 30 anos para cumprir a promessa da igualdade de gênero. É crucial continuar avançando nos direitos das mulheres e meninas, promover a igualdade de gênero, fomentar o empoderamento e garantir que as jovens mulheres e meninas possam acessar os serviços essenciais  de HIV de que precisam – e merecem.

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