O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) felicita o governo brasileiro por alcançar mais uma meta global para acabar com a AIDS como problema de saúde pública. Segundo as estimativas de 2024, 96% das pessoas que vivem com HIV conhecem seu diagnóstico no Brasil.
A meta 95-95-95 tem como objetivo que 95% das pessoas que vivem com HIV conheçam seu diagnóstico; que 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV estejam em tratamento antirretroviral; que 95% das pessoas em tratamento estejam com a carga viral suprimida. Segundo AIDSinfo, plataforma de dados do UNAIDS, o Brasil registra 96-82-95 – o país já tinha alcançado a terceira meta 95 em 2020.
“Quanto mais avançamos na ciência, na tecnologia, nos tratamentos e no cuidado com as pessoas, a tendência é que aumente a desigualdade social de quem não têm acesso. E por isso as determinações sociais são tão importantes: só com os sistemas universais que trabalham a equidade, o trabalho integrado e o cuidado é que nós podemos, de fato, avançar”, destacou a Ministra da Saúde Nísia Trindade na cerimônia de Certificação pela Eliminação da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatite B, que aconteceu na última sexta-feira, dia 29, em Brasília.
O Brasil ainda não alcançou a meta de tratamento, que representa o percentual das pessoas que conhecem seu diagnóstico e estão em tratamento.
“Agora nos falta a meta mais desafiadora. Precisamos superar barreiras como pobreza, fome, trabalho e a promoção de serviços de saúde sem discriminação que impedem que as pessoas que vivem com HIV sigam em tratamento”, destaca Andrea Boccardi Vidarte, diretora e representante do UNAIDS no Brasil. “Celebramos esse resultado que é compartilhado com os movimentos sociais, redes de pessoas que vivem com HIV e com a liderança do governo ao promover um sistema de saúde universal e equitativo, mas agora precisamos do envolvimento de outros setores do governo para além da saúde”, finaliza.
O relatório Sigamos o caminho dos direitos, lançado pelo UNAIDS no dia 26 de novembro, destaca que o mundo pode alcançar a meta acordada de acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030 – mas apenas se as lideranças protegerem os direitos humanos de todas as pessoas mais expostas e que vivem com HIV.
Em 2021, os Estados-membros das Nações Unidas adotaram um conjunto de metas ambiciosas como parte da Declaração Política aprovada na Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre AIDS, realizada em junho em Nova York. A Declaração Política apelou aos países para que forneçam acesso a opções de prevenção combinadas, eficazes e centradas nas pessoas e observou com preocupação que as populações-chave—gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, pessoas que fazem uso de drogas injetáveis, pessoas trans e pessoas privadas de liberdade—têm maior probabilidade de serem expostas ao HIV e enfrentarem violência, estigma, discriminação e leis que restringem sua liberdade ou acesso aos serviços. Leia mais sobre a meta 95-95-95 (em inglês).