O Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (GT UNAIDS) se reuniu na última segunda-feira (07), em Brasília, para a segunda reunião de 2024. Participaram do evento as agências, fundos e programas (AFPs) do Programa Conjunto, assim como o Governo Federal, Embaixada e representantes da sociedade civil.
Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS, lembrou que a temática de expansão e outras tecnologias relacionadas à Profilaxia Pré-exposição (PrEP) são importantes para a redução de novas infecções no país, assim como a disponibilização e acesso via Sistema Único de Saúde (SUS).
“O UNAIDS pede que a PrEP seja rapidamente acessível a todas as pessoas pelo SUS, evitando os erros do passado, quando só quem tinha recursos podia pagar. Parabenizo o Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI) pela ampliação da PrEP e a inclusão da profilaxia injetável, uma nova opção para o alcance das metas 95-95-95, presentes na Estratégia Global Para a AIDS.”
Na ocasião, Claudia Velasquez apresentou Andrea Boccardi que, a partir do dia 17 de outubro, assume a diretoria e representação do UNAIDS no Brasil.
Draurio Barreira, diretor do DATHI, iniciou sua fala agradecendo à Claudia Velasquez por todo o trabalho e parceria com o Ministério da Saúde e desejando uma liderança de sucesso no Peru. Durante os quatro anos em que Claudia coordenou o trabalho do UNAIDS no Brasil, o UNAIDS e o Ministério da Saúde promoveram diversos lançamentos, como a Cartilha de Emenda Parlamentar para Organizações da Sociedade Civil, as animações que levaram às populações-chave conceito e informações sobre o Indetectável igual a Intransmissível, o I=I, assim como a sempre exitosa parceria no Dia Mundial da AIDS.
Na sua fala, Draurio relembrou do cenário de HIV e AIDS e de como a cobertura midiática, em 1996, publicou durante a Conferência da AIDS Vancouver que havia a cura para a doença. À época, havia notícias jornalísticas sobre óbitos de pessoas conhecidas e milhares de pessoas não conhecidas por doenças relacionadas à AIDS. Atualmente, em 2024, ainda não há cura, mas há a possibilidade de acelerar a resposta para acabar com as novas infecções do HIV por meio da PrEP injetável.
“Colocamos duas questões prioritárias: a ampliação da testagem em escala industrial e ampliar a prevenção combinada com muita ênfase na PrEP, tanto na sob demanda quanto o de uso diário”.
Draurio celebrou, ainda, os dados positivos sobre o número de pessoas usuárias de PrEP no Brasil, que alcançou mais de 100 mil pessoas no país.
Ariadne Ribeiro Ferreira, oficial de Igualdade e Direitos do UNAIDS Brasil, falou ao GT sobre as ações do UNAIDS e do programa conjunto no ano de 2024.
Na apresentação, Ariadne enfatizou o alinhamento das áreas de resultados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), assim como as ações e estratégias inovadoras que foram financiadas pelas AFPs que fazem parte do Programa Conjunto.
Entre os públicos-alvo alcançados pelas ações do Programa Conjunto em 2024 estão:
Na sequência da apresentação, foi exibida a espacialidade das ações do Programa Conjunto no Brasil, assim como quais agências estão presentes nessas regiões.
Entre essas ações, estão as atividades da Iniciativa Fast-Track Cities e Índice de Estigma 2024, que, juntas, estão presentes em nove estados do Brasil.
A sociedade civil esteve presente no GT UNAIDS por meio das cinco redes nacionais de pessoas que vivem com HIV: Articulação Nacional de Luta Contra a Aids (ANAIDS), a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+), Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV/Aids (RNTTHP), Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids (RNAJVHA), Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas (MNCP).
Silvia Aloia (MNCP) lembrou durante o GT do recente falecimento de Jacqueline Rocha Côrtes, ativista pela resposta ao HIV e pelos direitos das pessoas trans. Jacqueline atuou entre 2008 e 2013 como assessora de Programas no escritório do UNAIDS no Brasil, foi delegada de Organizações Não Governamentais (ONGs) na Junta de Coordenação do Programa (conhecida pela sigla em inglês PCB), representando a América Latina e o Caribe. Entre 2005 e 2006, foi chefe da Assessoria de Cooperação Internacional do Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde.
Mariana Braga, oficial de Programas no Setor de Educação da UNESCO, relembrou a trajetória de Jaque na sociedade civil, assim como no Ministério da Saúde e no UNAIDS. Ao final de sua fala, houve um momento de palmas para celebrar o legado de Jaque.
As fotos do segundo GT UNAIDS estão disponíveis na página do Grupo de Trabalho Ampliado.