No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro, o UNAIDS fez um apelo para que o mundo se una a fim de acabar com a violência de gênero em todas as suas formas e para desafiar as desigualdades de gênero que impulsionam a pandemia do HIV.
“Esta pandemia de violência continua impulsionando milhares de novas infecções pelo HIV a cada semana e está tornando o fim da AIDS muito mais difícil de ser alcançado. Trata-se de uma questão sistêmica que deve ser abordada em todos os âmbitos da sociedade”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS.
“A violência contra mulheres e meninas é uma vergonha individual e coletiva – uma grave violação dos direitos humanos acontecendo em grande escala”
Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS
Em 2021, quase cinco mil jovens mulheres ou adolescentes entre 15 e 24 anos de idade foram infectadas com o HIV a cada semana. Um terço de mulheres e meninas adolescentes em todo o mundo sofreram violência física e/ou sexual de seus maridos, parceiros masculinos ou pessoas desconhecidas. Esta violência frequentemente ocorre em suas casas e bairros, onde elas deveriam estar mais seguras. Esta estatística não inclui milhões de outras mulheres e meninas que enfrentam outras formas de violência baseada no gênero e práticas prejudiciais, como o casamento infantil e forçado, mutilação genital feminina e violência sexual.
Em países com alta prevalência de HIV, a violência sofrida por meio do parceiro íntimo pode aumentar em até 50% as chances de as mulheres serem infectadas pelo HIV. A violência ou o medo bloqueiam o acesso das mulheres aos serviços e impactam sua capacidade de negociar o uso do preservativo com os agressores, revelar seu status de HIV ou permanecer no tratamento do HIV. Manter as meninas na escola é uma forma de diminuir sua exposição à violência e reduzir o risco de infecção pelo HIV em 50%.
A Organização Mundial da Saúde nomeou a violência contra as mulheres como um problema de saúde global de proporções epidêmicas. No entanto, décadas após a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em 10 de dezembro de 1948, e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (CEDAW), instituída em 1979, o mundo ainda fala em eliminar a violência contra a mulher.
O dia 25 de novembro marcou, também, o início da campanha dos 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero, cujo tema este ano é UNA-SE! Ativismo de direitos humanos pelo fim da violência contra mulheres e meninas.
O texto original, em inglês, pode ser conferido aqui.