KALISITO BIAUKULA, GENENDIT, FIJI
O que o Dia Internacional da Juventude significa para você?
Significa destacar as vozes da juventude e um chamado à ação de nossas vozes para que nosso ponto de vista seja integrado em todos os programas e políticas. Além disso, deve haver uma ênfase no investimento em organizações lideradas por jovens e no apoio ao ativismo juvenil.
Como é um mundo para todas as idades no contexto da resposta ao HIV?
A juventude deveria ter uma palavra a dizer ou uma autoridade a respeito das decisões que afetam seus corpos e vidas. Na região da Ásia-Pacífico de onde venho, há muitas leis punitivas e criminalizações. [Estas leis] alimentam o estigma e a discriminação entre as principais populações jovens e, para mim, aumenta as barreiras aos necessários serviços de HIV.
Devemos assegurar uma abordagem intersetorial, intergeracional e baseada em direitos humanos para alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de jovens em toda a nossa diversidade em toda a região. Reconhecemos plenamente os princípios de “Não causar dano” e “Não deixar ninguém para trás”. Nunca é demais insistir em consultar todas as comunidades da região.
ERIKA DUPUIS, VICE-PRESIDENTE DA ONG “THE PACT” (O pacto, na tradução livre para o português), CANADÁ
O que o Dia Internacional da Juventude significa para você?
É uma celebração global das contribuições, inovações e liderança da juventude. É um dia de celebração e reflexão sobre como as partes interessadas podem sustentar e fortalecer da melhor forma possível a construção do movimento juvenil.
Que tipo de ativismo você está fazendo?
O PACT, uma coalizão global de mais de 150 organizações lideradas por jovens e que prestam serviços à juventude, concluiu recentemente outro ciclo da Universal Periodic Review, UPR (Revisão Periódica Universal, na tradução livre para o português), onde temos apoiado organizações lideradas por jovens para analisar e abordar as lacunas atuais na resposta ao HIV não apenas com populações-chave jovens, mas em todas as gerações. A UPR é um mecanismo-chave para destacar as violações dos direitos humanos que ocorrem em nível nacional no espaço multilateral, e por meio de nossa parceria com a Sexual Rights Initiative (Iniciativa de Direitos Sexuais, na tradução livre para o português) temos aproveitado o aprendizado intergeracional para assegurar que jovens tenham suas vozes ouvidas também neste espaço.
Como é um mundo para todas as idades no contexto da resposta ao HIV?
É a compreensão e promoção da solidariedade intergeracional e parcerias para guiar o futuro ativismo baseado na comunidade.
CHINMAY MODI, REDE GLOBAL DE JOVENS QUE VIVEM COM O HIV (Y+ GLOBAL), INDIA
O que o Dia Internacional da Juventude significa para você?
É o dia em que jovens são protagonistas e que ouvimos muito barulho sobre jovens em todo o mundo. É o dia em que todas as parcerias reconhecem a juventude e suas contribuições para o mundo. É o nosso dia de visibilidade para sensibilizar o mundo sobre as questões que nos afetam e nosso dia para mostrar o trabalho que temos feito como jovens.
Que ativismo você está fazendo na Y+ Global?
Como uma rede global de jovens, temos a tarefa de defender questões que adolescentes e jovens vivendo com HIV enfrentam. Projetamos, planejamos e executamos campanhas de conscientização sobre questões enfrentadas pela juventude e responsabilizamos as lideranças globais e instituições de saúde.
Fazemos parcerias com redes nacionais de jovens vivendo com o HIV e as apoiamos no desenvolvimento de suas estratégias de defesa e, ao mesmo tempo, procuramos obter pequenos financiamentos para apoiar os esforços de fortalecimento da capacidade [de atendimento].
Adotamos modelos únicos de parceria de jovens adultos ao advogar por vagas para jovens em espaços-chave de tomada de decisão, como o Mecanismo de Coordenação de Países do Fundo Global (CCMs), em tradução livre para o português, e as delegações ligadas às Instituições Globais de Saúde.
O que significa para você um mundo para todas as idades?
É um mundo onde a juventude não é tratada apenas como beneficiária, mas como uma parte interessada importante. Um mundo onde temos acesso à igualdade de oportunidades para contribuir com a resposta ao HIV em um espaço totalmente financiado que é cheio de confiança e investimento na liderança juvenil. É um mundo onde a juventude está liderando a resposta na abordagem das questões da juventude.
FEDERICO VILLALBA, J+LAC, COORDENADOR NACIONAL, ARGENTINA
O que o Dia Internacional da Juventude significa para você?
É uma celebração dos esforços conjuntos realizados pela juventude organizada da sociedade civil em nível internacional para melhorar o mundo em que vivemos. Este dia é um reconhecimento de nosso poder de transformar nossa sociedade e também de alavancar nossas necessidades em realidades.
Que tipo de ativismo você está fazendo?
A Rede Argentina de Jovens e Adolescentes Positivos (RAJAP) é uma organização de jovens vivendo com HIV em toda a Argentina. Desde sua fundação, em 2009, construímos uma plataforma nacional que atinge mais de mil pessoas de 14 a 30 anos. Sua principal missão é criar um espaço seguro para adolescentes e jovens que vivem com HIV. Apoiamos, treinamos e ensinamos as pessoas sobre seus direitos, assim como fazemos advocacy em torno do HIV.
O tema deste ano é “Solidariedade Intergeracional”: Criando um mundo para todas as idades”, o que isso significa para você?
Embora nosso trabalho e esforço se concentrem em jovens e adolescentes, o diálogo entre gerações nos parece fundamental para que nossos objetivos atuais sejam informados pelas experiências da juventude. Existem problemas transversais como o estigma e a discriminação, por isso o diálogo entre gerações é muito importante não apenas para levar adiante o conhecimento passado, mas para a sustentabilidade de nossa organização a médio e longo prazo.
Qual é a sua esperança em relação ao futuro?
Desejo um mundo no qual pessoas idosas não sejam percebidas como risco social e onde as políticas públicas sejam claramente orientadas para o cuidado desse grupo e satisfação de suas necessidades, se não na maioria das vezes as redes informais de cuidado acabam sendo geralmente atendidas por mulheres. Basicamente, eu gostaria de um mundo no qual pessoas idosas não fossem invisibilizados e não fossem percebidas como assexuais. Em última análise, seria um mundo onde não houvesse preconceito de idade e no qual pudéssemos unir forças e trabalhar por um mundo melhor.
O texto original, em inglês, pode ser conferido aqui.