Representantes de todas as partes interessadas na resposta à AIDS se reuniram virtualmente no dia 23 de abril para a audiência interativa com múltiplas partes interessadas antes da Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre AIDS, em junho.
Entre os participantes estavam pessoas vivendo com, em vulnerabilidade e afetadas pelo HIV, representantes dos Estados-membros, parlamentares e representantes de governos locais, organizações da sociedade civil, fundações filantrópicas, universidades, associações médicas, setor privado e outras comunidades. O objetivo da reunião era apoiar os Estados-membros nos preparativos para a Reunião de Alto Nível através de um diálogo interativo com as comunidades, a sociedade civil e outras partes interessadas chaves para a resposta ao HIV e à AIDS.
Em suas observações iniciais, o Presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, aplaudiu os ativistas por seu trabalho na redução do impacto da epidemia do HIV.
“A participação de vocês aqui hoje não é tida como certa. Entendo que muitos e muitas de vocês começaram a defender e a se organizar após terem sofrido perdas, sofrimento, discriminação e marginalização. Eu elogio vocês por compartilharem sua experiência vivida, a fim de criar um mundo melhor para todas as pessoas. Sua resiliência é inigualável.”
Em seu discurso na reunião, a diretora executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima, disse que foi o discurso persistente das pessoas vivendo com HIV e das comunidades mais afetadas pela epidemia que acelerou o progresso contra o vírus. Byanyima também destacou que a resposta ao HIV estava intimamente ligada às questões de justiça social.
“A luta para acabar com a AIDS está inexplicavelmente ligada à luta para acabar com as violações dos direitos humanos, incluindo a discriminação e violência contra mulheres e meninas e a marginalização e criminalização de pessoas vivendo com HIV e de populações-chave—profissionais do sexo, pessoas que usam drogas, gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, e pessoas trans.”
Faith Ebere Onuh é uma jovem mulher que nasceu com HIV e é membro da Associação de Jovens Positivos Vivendo com HIV e AIDS na Nigéria (APYIN). Aos 14 anos de idade, Ebere Onuh começou a educar outras pessoas jovens vivendo com HIV sobre a importância de aderir aos seus medicamentos contra o HIV. Ela se tornou uma mentora e uma voz para as pessoas que não tinham espaço para a fala, conversando com jovens na Nigéria.
“Como jovem, aprendi em meu tempo vivendo com HIV e trabalhando com minha comunidade, que para atingir o objetivo de acabar com a AIDS até 2030, devemos trabalhar de forma conjunta, como uma comunidade global. Embora como vários estados membros individuais possamos estar progredindo, globalmente ainda estamos fora do caminho, e algumas regiões como a minha, a África Ocidental e Central, continuam a ficar para trás.”
Neville Gertze, representante permanente da Namíbia junto às Nações Unidas e cofacilitador para os preparativos da Reunião de Alto Nível sobre AIDS de 2021, disse que as lições aprendidas na resposta ao HIV e à COVID-19 poderiam ser alavancadas para melhorar os sistemas de saúde.
“Ao assumir as lições aprendidas através do HIV, o combate à COVID-19 pode ajudar a reimaginar os sistemas de saúde para acelerar os compromissos relacionados à saúde da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030. Ao mesmo tempo, a experiência com o HIV ajuda a informar as respostas da COVID-19, e o desdobramento da resposta à pandemia de COVID-19 sem dúvida produzirá lições que podem beneficiar tanto a resposta ao HIV quanto os esforços mais amplos para fortalecer os sistemas de saúde.”
Havia quatro paineis durante o dia para considerar as seguintes áreas da resposta ao HIV.
Um relatório resumido da audiência interativa multistakeholder estará disponível no site do Presidente da Assembleia Geral antes da Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre AIDS, que acontece de 8 a 10 de junho de 2021.