Rede de cooperação da sociedade civil para as Américas e o Caribe é lançada no Equador

Uma nova rede regional de cooperação da sociedade civil para as Américas e o Caribe destinada a apoiar organizações não-governamentais que trabalham para acabar com a AIDS foi lançada no dia 30 de outubro em Quito, Equador. Lançada pela Coalition PLUS, a iniciativa apoiará a coordenação e o desenvolvimento de capacidades entre organizações comunitárias envolvidas nas respostas à AIDS das Américas do Norte, Central e do Sul e do Caribe.

“Embora tenhamos serviços de HIV disponíveis, as pessoas não têm acesso porque são criminalizadas e estigmatizadas. O movimento comunitário está nos ajudando a acabar com a conspiração do silêncio sob a discriminação. Precisamos da sociedade civil para aumentar os esforços para alcançar as políticas progressistas que abrirão o caminho para acabar com a AIDS,” disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS.

Desde 2014, a Coalition PLUS—uma aliança internacional de mais de 100 organizações não-governamentais que contribuem para a resposta à AIDS—vem construindo e fortalecendo mecanismos para a colaboração regional. Essas redes já existem na África Ocidental, na África Central, no Oriente Médio e no Norte da África, no Oceano Índico e na Europa.

A Presidente da Coalition PLUS, Hakima Himmich, disse que a rede aumentará o acesso das organizações a novos recursos e abordagens relevantes para seus contextos locais. Ela observou que isso era especialmente importante para fortalecer a capacidade da sociedade civil em lidar com as necessidades dos mais vulneráveis.

“Temos enormes desafios em torno do estigma e da discriminação contra populações inteiras. A fim de alcançar o controle da epidemia, devemos também abordar os direitos humanos,” disse Himmich.

Dados do UNAIDS mostram que, em 2017, as populações-chave e seus parceiros sexuais representavam três quartos das novas infecções pelo HIV na América Latina e dois terços das novas infecções no Caribe. Homens gays e outros homens que fazem sexo com homens e mulheres transexuais são afetados de forma desproporcional, com alguns países relatando taxas de HIV acima de 15% entre essas comunidades.

As atividades da rede na região serão coordenadas pela Corporação Kimirina, uma organização equatoriana focada na prevenção combinada e no ativismo centrados nas pessoas. Amira Herdoiza, diretora da Corporação Kimirina, explicou que a plataforma dará forte ênfase à pesquisa coordenada, à construção de habilidades e à defesa de direitos, particularmente em torno de questões que afetam os jovens e as populações-chave.

“Precisamos de mais pesquisas multinacionais para mostrar as nuances de nossas epidemias,” disse Herdoiza. “Por meio dessa rede, as capacidades de nossas organizações para compartilhar e analisar dados serão fortalecidas. Também nos concentraremos em compartilhar experiências e planejar programas conjuntos.”

Atualmente, existem outros três membros da rede regional: a a Coalizão das Organizações Comunitárias do Quebec contra a AIDS, no Canadá; a AIDES, no Caribe francês; e o Instituto para o Desenvolvimento Humano, no Estado Plurinacional da Bolívia. Outras organizações regionais são convidadas a fazer parte da iniciativa.

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