G20 apoia a ampliação da produção regional de medicamentos e reafirma compromisso com a resposta às desigualdades que impulsionam a AIDS e outras pandemias

Durante a Reunião Ministerial do G20, que ocorreu no Rio de Janeiro entre os dias 29 e 31 e outubro, ministras e ministros assumiram novos compromissos na resposta à AIDS e outras pandemias, abordando as desigualdades que as impulsionam global e nacionalmente. 

Os compromissos foram recebidos por especialistas internacionais como o economista vencedor do Prêmio Nobel Joseph E. Stiglitz, o epidemiologista Sir Michael Marmot e a ex-primeira-dama da Namíbia, Monica Geingos, que também são copresidentes do Conselho Global sobre Desigualdades, AIDS e Pandemias. O conselho foi fundado pelo UNAIDS e neste ano sediou um encontro paralelo às atividades do Grupo de Trabalho de Saúde e da Reunião Ministerial do G20. 

Pela primeira vez, lideranças do G20 se comprometeram com a preparação para responder a futuras pandemias, a partir da abordagem das desigualdades que as impulsionam e dos determinantes sociais. 

O compromisso de medir e responder a estes determinantes sociais — como educação, desigualdade de renda e discriminação, que se provaram tão importantes para a preparação e resposta a pandemias quanto o cuidado médico — reflete um passo importante na abordagem dos principais fatores que contribuem para emergências de saúde. 

As lideranças do G20 apoiaram, também, uma nova “Aliança Global para a Produção Local e Regional e Inovação” para superar o acesso desigual a vacinas, terapias e diagnósticos, além de outras tecnologias de saúde que frequentemente impulsionam doenças. 

A nova aliança abordará tanto doenças negligenciadas, como a dengue — um vírus impulsionado pelas mudanças climáticas que afeta mais fortemente as pessoas mais vulneráveis no mundo — quanto medicamentos para pessoas em situações vulneráveis, como as que vivem com HIV e tuberculose. 

Ministras e ministros destacaram a importância de passar das promessas para ações concretas e enfatizaram a necessidade de investimentos robustos em saúde. 

Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS, responsável por convocar o Conselho Global sobre Desigualdade, AIDS e Pandemias, elogiou a liderança notável do Brasil. “Graças a essa liderança que os países do G20 reconheceram os determinantes sociais de pandemias como a AIDS e concordaram em abordar o acesso desigual a medicamentos por meio de uma Aliança Global para a Produção Local e Regional e Inovação. Esta solução visionária e politicamente viável pode transformar a saúde global, desde que permaneça ousada em sua visão e ampla em seu trabalho”, reforçou. 

Joseph E. Stiglitz também destacou a liderança do Brasil nesses compromisso.s “Parabenizo o Brasil por ter sido capaz de estabelecer consenso em questões muito difíceis e importantes, o que é uma verdadeira fonte de esperança”, destacou. 

Monica Geingos declarou: “A liderança do Brasil foi essencial para garantir que o enfrentamento da desigualdade fosse incluído pelo G20 e que os determinantes sociais das pandemias fossem abordados”. 

Sir Michael Marmot concluiu: “Colocar a equidade no centro das políticas cria a oportunidade de construir sociedades nas quais todas as pessoas possam prosperar”. 

A África do Sul, que presidirá o G20 em 2025, dará continuidade a essas agendas. O Conselho Global sobre Desigualdade, AIDS e Pandemias apoiará esse trabalho. 

A Declaração Ministerial do G20 pode ser lida aqui ou no site do G20, em inglês.

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