À medida que comunidades LGBTQIA+ tomam as ruas em todo o mundo durante junho para celebrar o mês do ORGULHO, o UNAIDS se solidariza com sua mobilização histórica, rejeita a criminalização, discriminação e estigmatização das pessoas LGBTQIA+ e insiste no respeito para todas as pessoas.
No Brasil, um dos grandes momentos de celebração, que marca a abertura do Mês da Diversidade, é a Parada do Orgulho LGBT que reúne milhões de pessoas em São Paulo. A mobilização da Parada inclui a já tradicional Feira da Diversidade, quando pessoas, organizações e agências do governo se juntam para comemorar e celebrar ações e progressos, assim como exigir direitos.
Este ano, o UNAIDS, UNESCO, UNFPA e UNICEF se juntaram para realizar uma sondagem entre participantes da Feira para conhecer o seu nível de conhecimento e de adesão aos métodos de prevenção combinada do HIV. Também procurou-se identificar como o estigma e discriminação afetam o acesso e uso da PrEP e PEP. Foram entrevistados 695 jovens, entre 18 a 29 anos.
“Nos últimos 10 anos, foi justamente esta faixa etária que teve o maior incremento nos casos de AIDS”, ressalta Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS no Brasil. “Os resultados desse levantamento vão nos ajudar a ter evidências sobre os melhores canais para informar e diologar com as juventudes sobre prevenção combinada e uso da PrEP e PEP, por exemplo”.
A Casa 1, uma organização que oferece refúgio e suporte a jovens LGBTQIA+, complementou o trabalho de sensibilização e coleta de dados sobre a prevenção do HIV e divulgação de conhecimentos sobre PrEP e PEP entre as pessoas jovens entrevistadas.
“O UNAIDS tem o compromisso de trabalhar junto com a sociedade civil e acreditamos que envolver uma organização local é fundamental pelo seu conhecimento e experiência de de trabalhar com o público-alvo da enquete”, explica Claudia Velasquez.”É importante destacar que envolver a sociedade civil traz, também, um potencial transformador para as jovens e os jovens que trabalharam na implementação da atividade.”
Para Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS, as celebrações do Mês do Orgulho são uma demonstração do poder da inclusão e representam um longo caminho na luta para proteger os direitos humanos das pessoas LGBTQIA+.
“Muito já foi conquistado, mas o progresso alcançado está ameaçado. Hoje, mais do que nunca, o mundo precisa do orgulho celebrado por esta comunidade, pois para proteger a saúde de todas as pessoas, precisamos proteger os direitos de todas elas”, ressalta Winnie Byanyima.
Dados do UNAIDS indicam que existe muito para celebrar. Por exemplo, 123 países não penalizam relações entre pessoas do mesmo sexo. Este é o maior número de países que rejeitam a criminalização já registrado.
Cada vez mais países têm abolido as leis punitivas prejudiciais contra LGBTQIA+, que muitas vezes são remanescentes do domínio colonial. Desde 2019, países como Botsuana, Gabão, Angola, Butão, Antígua e Barbuda, Barbados, Singapura, São Cristóvão e Nevis, Ilhas Cook, Maurício e Dominica revogaram leis que criminalizavam pessoas LGBTQIA+.
No entanto, os direitos humanos da comunidade LGBTQIA+ estão ameaçados por uma rede extremista de organizações e ativistas antidireitos, coordenada globalmente e bem financiada, que gasta milhões promovendo ódio e divisão social, além de propor leis cada vez mais severas para punir pessoas LGBTQIA+. Ataques a esta comunidade violam os direitos humanos e minam a saúde pública.
O momento que vivemos não é seguro e exige coragem e solidariedade de todas as pessoas. O Mês do Orgulho sempre foi tanto sobre protesto e comemoração, quanto sobre celebração.
As pessoas que participaram das primeiras manifestações em Nova York, há mais de 50 anos, sabiam que o ORGULHO era o antídoto para o estigma e a discriminação – uma rejeição do sentimento de vergonha que outras pessoas tentavam impor sobre elas.
Movimentos liderados por ativistas LGBTQIA+ impulsionaram grande parte do progresso alcançado na proteção dos direitos humanos e da saúde de todas as pessoas.
Hoje estamos em um momento crucial: o fim da AIDS como ameaça à saúde pública pode ser alcançado ainda nesta década, mas o progresso está em risco devido ao retrocesso nos direitos humanos.
Em um momento em que o apoio a quem defende os direitos humanos é vital e urgente, os recursos financeiros de apoio para organizações da sociedade civil estão diminuindo, à medida que os países doadores cortam seus orçamentos.
A evidência é nítida: o estigma mata. Mas o caminho oposto, que é o da solidariedade, salva vidas.
Este é um momento para solidariedade. Este é um momento para ORGULHO.