No Dia Internacional da Mulher, o UNAIDS destaca a importância de as mulheres serem informadas e terem pleno acesso aos métodos de prevenção do HIV, especialmente a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP).
Para contribuir neste esforço, o UNAIDS disponibiliza gratuitamente, a partir do dia 07 de março, às 14:00, na página da Campanha PrEP e PEP para mulheres, materiais gráficos sobre estes dois métodos de prevenção ao HIV para serem baixados livremente e adaptados para uso em diferentes contextos.
O material inclui propostas de design para outdoor, cartaz A3, adesivos, feed e story de Instagram, anexo para email, anúncio para portal online, adesivo para ônibus, além de dois vídeos curtos.
O objetivo é colaborar para que a informação sobre PrEP e PEP chegue especialmente às mulheres cis e trans, a fim de aumentar sua adesão a estes importantes métodos de prevenção do HIV. Entre todas as pessoas usuárias de PrEP, apenas 3.2% das mulheres trans e 5.8% das mulheres cis utilizam este método combinado de prevenção.
Tanto a PrEP, como a PEP, estão disponíveis gratuitamente, via Sistema Único de Saúde (SUS), nos centros de saúde.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 80% dos casos de infecção por HIV entre mulheres, em 2022, se deu em relações heterossexuais.
“Isto significa que elas, em muitos casos, são infectadas por seus companheiros, o que pode indicar a dificuldade ou impossibilidade de recorrer aos métodos combinados de prevenção do HIV, como os preservativos, a PrEP e a PEP, por exemplo”, destaca Claudia Velaquez, diretora e representante do UNAIDS no Brasil.
As mulheres enfrentam desafios significativos no diagnóstico e tratamento do HIV/AIDS.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, enquanto 92% do público masculino está diagnosticado para o HIV, apenas 86% das mulheres têm conhecimento de sua condição sorológica.
Essa disparidade se reflete também no tratamento com antirretrovirais (ARV), com 82% dos homens diagnosticados recebendo tratamento, em comparação com apenas 79% das mulheres.
Além disso, a taxa de supressão viral entre as pessoas em tratamento regular com antirretrovirais é de 96% entre os homens, enquanto entre as mulheres é ligeiramente menor, alcançando 94%.
A disparidade no diagnóstico e tratamento do HIV/AIDS entre homens e mulheres é influenciada por várias causas interligadas.
Barreiras sociais e culturais, como o machismo, falta de educação sobre saúde sexual e reprodutiva e normas de gênero restritivas, limitam o acesso das mulheres ao diagnóstico e tratamento precoce do HIV.
Além disso, a violência e desigualdades de gênero, responsabilidades familiares e domésticas, estigma e medo de discriminação impactam a busca por testes e tratamento.
Estes fatores são exponenciados pela dificuldade ou impossibilidade de acesso a serviços de saúde, especialmente para as mulheres em situação de maior vulnerabilidade.
“No Dia Internacional da Mulher, o UNAIDS se compromete a continuar lutando, junto com todas as mulheres, por um mundo sem desigualdade e violência de gênero e livre de HIV/AIDS”, ressalta Claudia Velasquez. “Para proteger a saúde de todas as mulheres, é preciso proteger os direitos de cada mulher.”