Belém (PA), Porto Alegre (RS), Aracaju (SE), Manaus (AM) e Salvador (BA) são as cinco cidades escolhidas para participarem da nova etapa da iniciativa Fast-Track Cities, que visa contribuir para acelerar respostas locais ao HIV.
O objetivo do projeto, implementado com apoio de recursos doados pela Estée Lauder Companies Charitable Foundation, é gerar e apoiar ações para promover respostas lideradas pela comunidade, estimulando a colaboração com as municipalidades.
As cinco cidades foram escolhidas em colaboração com o Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI) levando em conta os dados epidemiológicos e a urgência de fechar as lacunas existentes na resposta local ao HIV e à AIDS.
“O Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds) dialoga diretamente com a iniciativa Fast Track Cities. Esperamos que o exemplo brasileiro de articular diferentes setores públicos – além dos serviços de saúde de HIV, tuberculose e hepatites virais – contra os determinantes sociais seja seguido pelos países do FTC para que possamos, mundialmente, eliminar doenças que afetam particularmente as pessoas vulnerabilizadas, como problemas de saúde pública até 2030”, comenta Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde do Brasil.
A abordagem da iniciativa Fast-Track Cities para 2024 será a de promover atividades lideradas pela comunidade por meio de Organizações da Sociedade Civil (OSC) de cinco cidades brasileiras que abordem lacunas locais na resposta ao HIV.
Estas atividades serão desenvolvidas na forma de ações conjuntas com múltiplas parcerias, incluindo governos locais, para superar as barreiras e acelerar as respostas urbanas ao HIV.
Na primeira edição do projeto, em 2021, OSCs das cidades de Fortaleza, Porto Alegre, Viamão, Belém, Florianópolis e Rio de Janeiro, junto com as gestões municipais, apresentaram projetos alinhados à realidade local do HIV. Consequentemente, foram contempladas com recursos para implementação de projetos próprios por meio do Edital Fast-Track Cities.
Para a segunda edição, em 2024, a equipe avaliará projetos que levam em consideração o impacto em ambientes urbanos nos dados relacionados ao diagnóstico e tratamento imediato do HIV. Adicionalmente, considerarão as atividades realizadas anteriormente para o alcance de reduções significativas em indicadores que medem aspectos negativos, como estigma e discriminação.
Além disso, a Iniciativa FTC irá considerar outros fatores, tais como a eliminação da transmissão vertical do HIV e de outras IST, bem como métodos combinados de prevenção do HIV para os jovens, entre outros fatores.
Em conformidade com a Agenda 2030 para os ODS, em 2024 a iniciativa Fast-Track Cities abordará, também, as desigualdades, contribuindo para implementar um planejamento sustentável de resposta ao HIV nas cidades a fim de acabar com a AIDS até 2030.
Esta meta responde aos ODS 10 (redução das desigualdades), 11 (cidades e comunidades sustentáveis) e 3.3 (acabar com a epidemia de AIDS até 2030).
“É nos ambientes urbanos que se concentra grande parte da população e, por conseguinte, das infecções pelo HIV e onde os serviços sociais e de saúde estão mais próximos das pessoas”, destaca Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS no Brasil. “É fundamental, portanto, garantir uma coordenação de esforços múltiplos entre os poderes públicos e as organizações da sociedade civil para tornar as cidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis, a fim de acabar com as desigualdades, o estigma e a discriminação como o caminho para pôr fim à epidemia AIDS até 2030”.
A iniciativa Fast-Track Cities é uma parceria global entre cidades e quatro parceiros principais – o UNAIDS, a Associação Internacional de Provedores de Cuidados com a AIDS (IAPAC), a UN-Habitat e a Cidade de Paris, com o objetivo de acelerar e fortalecer as respostas locais a fim de contribuir no alcance das metas de acabar com a AIDS como ameaça à saúde pública até 2030.