O Dia Nacional da Pessoa Idosa, comemorado em 1 de outubro, é uma oportunidade para celebrar a sabedoria que a passagem dos anos traz e refletir sobre o potencial e os desafios que a longevidade oferece ao Brasil.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), divulgada em junho de 2023, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que na última década, a população brasileira envelheceu, e o percentual de pessoas a partir de 60 anos saltou de 11,3% para 15,1%.
A longevidade é uma conquista que deve ser celebrada. Graças aos avanços na medicina e no acesso à informação sobre saúde, as pessoas estão vivendo mais e com mais qualidade de vida.
No entanto, esse aumento na expectativa de vida também traz desafios únicos, especialmente para quem vive com condições crônicas de saúde, como o HIV.
De acordo com os dados do Boletim Epidemiológico sobre HIV/AIDS do Ministério da Saúde, no período entre 2011 e 2021, houve 12.686 diagnósticos positivos para o HIV na faixa populacional a partir dos 60 anos. Com relação à AIDS, nessa mesma faixa foram notificados 24.809 casos e 14.773 óbitos em decorrência da doença.
O Boletim indica que a faixa de pessoas com mais de 60 anos é a única na qual foi constatado um aumento percentual de mortes em decorrência do HIV ao longo do período entre 2011 e 2021. Em todas as outras faixas etárias os coeficientes de mortalidade apresentaram queda no mesmo período.
Estes dados deixam nítido a importância de garantir o diagnóstico para o HIV e outras IST ao tratamento e o acesso contínuo e especializado e aos cuidados de saúde para a população acima dos 60 anos. Isso inclui fomentar a adesão rigorosa à terapia antirretroviral (TARV), a prevenção e tratamento de infecções oportunistas e o acompanhamento regular com profissionais de saúde especializados.
Além disso, é essencial abordar a questão da saúde mental e emocional das pessoas vivendo com HIV que estão envelhecendo. O estigma social relacionado ao HIV e à AIDS pode persistir ao longo dos anos, afetando a autoestima e o bem-estar psicológico.
Portanto, o suporte psicológico e social deve ser uma parte integral do cuidado com pessoas idosas vivendo com HIV.
Por outro lado, segue sendo fundamental garantir a informação e o acesso das pessoas em mais idade com vida sexual ativa aos métodos combinados de prevenção do HIV.
A educação sobre práticas sexuais seguras e o acesso a testes de HIV regulares são medidas fundamentais para prevenir novas infecções em todas as idades.
“É importante que pessoas que vivem com HIV em cada etapa da vida tenham acesso a aconselhamento, acompanhamento e tratamento”, diz Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS no Brasil. “Aprimorar e prover o acesso pleno de todas as pessoas, sobretudo para as maiores de 60 anos, aos serviços de HIV é garantir que estaremos preparados para a mudança do perfil populacional do Brasil e que não deixaremos ninguém para trás”, finaliza.