Considerado uma das vozes mais importantes para o movimento de HIV/AIDS no Brasil, o ativista e professor Jorge Beloqui faleceu nesta quinta-feira, 09 de março, em Buenos Aires, na Argentina.
O ativista iniciou sua trajetória em 1989, defendendo, de forma pioneira, o enfrentamento ao estigma e à discriminação na resposta ao HIV/AIDS e o acesso ao tratamento antirretroviral como um direito, de forma gratuita, pública e universal. Ele era um entusiasta do acesso irrestrito aos avanços científicos na prevenção e no tratamento e advogava pela ampliação do conhecimento de estratégias, como o I = I (Indetectável = Intransmissível).
Jorge Beloqui é um dos fundadores da ONG Pela Vidda (Valorização, Integração e Integridade do Doente de Aids), foi membro da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA) e diretor do Grupo de Incentivo à Vida (GIV). Atuou incansavelmente na defesa de direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS, ecoando suas demandas por políticas públicas abrangentes e livres de estigma e discriminação. O ativista também era um dos representantes da sociedade civil no Grupo Temático do UNAIDS (GT UNAIDS) e participou de discussões sobre o plano de ação da organização, além de coordenar o estudo “Brasil: Violência e Discriminação em Pessoas Vivendo com HIV/AIDS – A perspectiva dos membros da RNP+”, apoiado pelo UNAIDS e lançado em 2019.
Jorge graduou-se em Matemáticas pela Universidad de Buenos Aires, em 1972, e fez Doutorado em Matemática pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, do Rio de Janeiro, em 1981. Foi Professor Assistente do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP) e Pesquisador colaborador do Núcleo de Estudos para Prevenção da AIDS (NEPAIDS/USP).
O UNAIDS Brasil lamenta profundamente a perda e o vazio deixado por Jorge e deseja conforto à família e aos amigos.