A fabricante de medicamentos para HIV, ViiV Healthcare, anunciou que está “negociando ativamente” uma licença voluntária com o Grupo Medicines Patent Pool (MPP) sobre Cabotegravir de ação prolongada.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) irá emitir, em breve, diretrizes globais atualizadas sobre a aplicação apropriada de novos medicamentos de longa duração contra o HIV.
Em resposta ao anúncio feito pela Viiv, o diretor executivo de política, defesa e conhecimento do UNAIDS, Matt Kavanagh, afirmou:
“No ano passado houve 1,5 milhão de novas infecções pelo HIV, o que demonstra a urgência do acesso global a novos instrumentos para ultrapassar esta pandemia. Uma resposta global bem sucedida ao HIV depende da partilha de tecnologias. Somos encorajados pelo anúncio da ViiV Healthcare sobre as negociações com o MPP, que seguiu o envolvimento de entidades parceiras da ONU, agências de financiamento, sociedade civil, dentre outras. O pronunciamento é um sinal importante de progresso ao alcance global acessível a esta tecnologia para a resposta ao HIV; agora necessita ser seguida de uma ação rápida, a fim de tornar real as promessas em medicamentos.
Para ter impacto transformador como instrumento de prevenção do HIV à escala necessária, é vital que uma licença para este antirretroviral de ação prolongada venha rapidamente, com patentes não exclusivas para utilização e produção em todos os países de baixo e médio rendimento do mundo. O acordo de licenciamento deve ser também acompanhado de uma transferência eficaz de tecnologia, para facilitar às empresas fabricantes com garantia de qualidade em todo o mundo a produção dos medicamentos o mais rapidamente possível. Há uma necessidade urgente de produção em grande escala na África, Ásia, América Latina e outros países para minimizar a espera por produtos acessíveis onde estes são mais necessários.
Uma vez que a fabricação de medicamentos genéricos levará tempo para começar a funcionar, mesmo quando houver licença, é também fundamental que a ViiV Healthcare estabeleça um preço intermédio, que seja acessível para países de rendimento baixo e médio.
Aqueles que mais necessitam de novas ferramentas de prevenção do HIV são muitas vezes os que têm acesso a elas em último lugar – mas isto não precisa acontecer.
Podemos, como prometido, acabar com a AIDS como crise de saúde pública até 2030 – se as lideranças agirem corajosamente para enfrentar as desigualdades que a têm conduzido. O armazenamento da ciência que salva vidas prejudica todas as pessoas e perpetua pandemias. Compartilhar a ciência que salva vidas beneficia toda a gente.”