Olá a todos e todas,
Neste dia primeiro de dezembro, celebramos o Dia Mundial da AIDS. Essa é uma data para relembrar as pessoas que nos deixaram por doenças relacionadas à AIDS e para celebrar a vida das pessoas que vivem com HIV, e vivem com saúde.
Quarenta anos atrás foram registrados oficialmente os primeiros casos de AIDS no mundo. 25 anos atrás, o UNAIDS foi criado para reunir os esforços de 11 agências, fundos e programas das Nações Unidas para promover uma resposta global ao HIV e para que pudéssemos vencer essa pandemia.
Porém, essa pandemia não foi vencida. Hoje, enfrentamos não só a pandemia de AIDS, mas também a pandemia de COVID-19. Ao longo desses anos, perdemos pessoas e vimos as desigualdades se aprofundarem, empurrando pessoas às margens da sociedade e as afastando dos serviços de saúde e medicamentos capazes de salvar vidas.
O mundo está longe de cumprir o compromisso compartilhado de acabar com a AIDS até 2030. Com a COVID-19, os ganhos que conquistamos para acabar com a AIDS correm o risco de serem perdidos. Não por falta de conhecimento ou de ferramentas para acabar com a AIDS, mas por causa das desigualdades estruturais, que são potencializadas pelo estigma e discriminação e limitam o acesso a soluções comprovadas para a prevenção e tratamento do HIV.
A AIDS é uma pandemia, e ainda não desapareceu. Se não forem tomadas as medidas transformadoras necessárias em relação à AIDS, o mundo também ficará preso na crise da COVID-19 e estará perigosamente despreparado para as pandemias que podem surgir.
Em junho deste ano, os países presentes à Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre AIDS adotaram uma declaração política que incorpora os elementos essenciais da Estratégia Global do UNAIDS para AIDS para o período entre dois mil e vinte e um e dois mil e vinte e seis e que indicam um caminho a seguir para acabar com a pandemia de AIDS até dois mil e trinta.
O cumprimento destes objetivos exige que os governos se concentrem em acabar com as desigualdades, investir em respostas lideradas pela comunidade e respeitar os direitos humanos.
Permanece, portanto, o desafio de garantir o acesso às estratégias de prevenção e tratamento da HIV a todas as pessoas, especialmente aquelas que estão em situação de maior vulnerabilidade e mais expostas ao risco de contrair HIV.
A participação ativa da sociedade civil segue, também, sendo fundamental para obter estes avanços e para garantir que as pessoas e comunidades em maior vulnerabilidade tenham vez e voz em tudo o que se refere à resposta ao HIV.
Sabemos como acabar com a AIDS como ameaça à saúde pública. Sabemos quais são as desigualdades que obstruem o progresso nessa direção e sabemos como enfrentá-las.
No Dia Mundial da AIDS vamos lembrar, portanto, que as desigualdades nos afetam como um todo, não importa quem sejamos ou onde estejamos.
Ainda podemos acabar com a AIDS até 2030, mas apenas se agirmos corajosamente e em conjunto para enfrentar as desigualdades.
A abordagem transformadora de que precisamos para acabar com a AIDS também protegerá o mundo contra futuras pandemias.
Obrigada!