O prefeito de Londres, Sadiq Khan, recebe esta semana (9 a 11/9) líderes municipais e globais para a Fast-Track Cities 2019 (Cidades Fast-Track 2019, na tradução livre para o portguês), a primeira conferência de mais de 300 cidades que priorizam suas respostas ao HIV, tuberculose (TB) e hepatites virais em suas localidades.
Durante a conferência, o prefeito Khan destacou o problema das desigualdades na saúde em todo o mundo, assim como a necessidade de acabar com o estigma relacionado ao HIV. Ele também reiterou o compromisso de Londres chegar até 2030 com zero nova infecção por HIV, zero morte relacionada à AIDS e zero discriminação.
“Estou honrado com o fato de líderes municipais e da área de saúde de todo o mundo estarem unidos aqui em Londres. O primeiro encontro internacional das Cidades Fast-Track é um evento verdadeiramente histórico em nossa resposta ao HIV e às desigualdades na saúde ”, disse Khan. “Também tenho orgulho do trabalho que Londres está fazendo para enfrentar o HIV e a desigualdade, e estou contente por poder compartilhar nossos conhecimentos e experiências com outras pessoas. Mas apesar do nosso progresso, ainda há muito a ser feito, pois muitas pessoas continuam se infectando pelo vírus. Para realmente acabar com todos os novos casos de HIV em Londres, é hora de o governo disponibilizar a PrEP nos Serviços Nacionais de Saúde (conhecidos em inglês pela sigla NHS) para todas as pessoas s que precisam. Sem desculpas e sem mais projetos pilotos — sabemos o que funciona, o que impede a propagação de infecções e economiza dinheiro a longo prazo. ”
Atualmente, mais da metade da população mundial vive em centros urbanos, onde o risco de contrair HIV, tuberculose e hepatites é significativamente maior, devido às dinâmicas urbanas como comportamento social, migração, desemprego e desigualdades sociais e econômicas e outras vulnerabilidades. Entretanto, cidades e municípios também têm vantagens inerentes e oferecem importantes oportunidades de aceleração das respostas em saúde e ações transformadoras, capazes de garantir que o acesso equitativo aos serviços de saúde esteja disponível para todas as pessoas.
“Vimos que, para uma resposta efetiva ao HIV, é fundamental eliminar desigualdades, desequilíbrios de poder, marginalização e discriminação”, disse Gunilla Carlsson, diretora executiva interina do UNAIDS, um dos quatro principais parceiros da iniciativa Cidades Fast-Track. “As cidades devem usar suas vantagens para alavancar a inovação, criar transformações sociais e construir sociedades equitativas que sejam inclusivas, receptivas, resilientes e sustentáveis”, acrescentou.
Organizada pela Associação Internacional de Prestadores de Serviços para a AIDS (IAPAC), em colaboração com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e outros parceiros, a conferência Cidades Fast-Track 2019 acontece entre os dias 9 e 11 de setembro de 2019, no Barbican Center, em Londres. O objetivo da conferência é dar destaque aos sucessos alcançados pela rede de Cidades Fast-Track, abordar os desafios transversais enfrentados pelas partes interessadas locais, além de compartilhar as melhores práticas para a aceleração das respostas urbanas à AIDS, incluindo as coinfecções, como tuberculose e hepatites virais. A conferência terá sessões plenárias, painéis de discussões e apresentações de representantes de mais de 300 Cidades Fast-Track.
“As desigualdades na saúde estão impedindo as pessoas que vivem com HIV, tuberculose e hepatites virais —particularmente as de comunidades étnicas desprovidas de privilégios e as minorias — de acessar os serviços necessários para viver mais e com mais saúde”, disse o José Zuniga, presidente e diretor executivo da IAPAC, que é uma das principais parceiras da iniciativa Fast-Track e organizadora da conferência. “Estamos reunidos em Londres porque o alto nível de comprometimento político da cidade, liderança em saúde pública, apoio de provedores clínicos e de serviços e o envolvimento com as comunidades afetadas permitiram que a cidade superasse as metas programáticas de HIV das Cidades Fast-Track. Estamos aqui para chamar a atenção para os esforços de Londres na redução e eliminação das desigualdades na saúde que violam os princípios da justiça social. ”
Quando Londres aderiu à iniciativa Fast Track, em janeiro de 2018, a cidade já havia atingido as metas 90-90-90 do UNAIDS para 2020, que são definidas como 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas, 90% das pessoas que diagnosticadas com acesso ao tratamento antirretroviral, e 90% das pessoas em tratamento com supressão viral.
O “High-Level Panel on Health Inequalities” (Painel de Alto Nível sobre Desigualdades em Saúde, na tradução livre para o português), que marcou a abertura oficial da conferência Cidades Fast-Track 2019, contou com a presença dos seguintes prefeitos, vice-prefeitos e representantes eleitos:
• Kostas Bakoyannis (prefeito de Atenas, Grécia)
• Josefina Belmonte (prefeito da cidade de Quezon, Filipinas)
• Winston Ennis (vice-prefeito de Kingston, Jamaica)
• Simone Kukenheim (vice-prefeito de Amsterdã, Holanda)
• Fernando Medina (prefeito de Lisboa, Portugal)
• Svante Myrick (prefeito de Ithaca, em Nova Iorque, Estados Unidos)
• Robb Pitts (presidente do condado de Fulton, em Atlanta, Estados Unidos)
• Mykola Povoroznyk, (primeiro vice-prefeito de Kiev, Ucrânia)
• Gennadiy Trukhanov (prefeito de Odessa, Ucrânia
Além do Dr. Zuniga, da IAPAC, e da diretora executiva do UNAIDS, Gunilla Carlsson, vários líderes globais de saúde pública participaram do painel, incluindo:
• Embaixadora Deborah Birx (coordenadora Global de AIDS dos Estados Unidos, PEPFAR)
• Cary James (CEO, Aliança Mundial contra Hepatites)
• Suvanand Sahu (diretor executivo adjunto, Parar a Parceria TB)
• Maimunah Mohd Sharif (diretor executivo, ONU-Habitat) • Trevor Stratton (membro do conselho, GNP +)Marijke Wijnroks (Chefe de Gabinete, Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária)
O painel foi moderado pelo radialista britânico e ex-jornalista da BBC Henry Bonsu.
Sobre a iniciativa Cidades Fast-Track
A Cidades Fast-Track é uma parceria global entre quase 300 cidades, a Associação Internacional de Prestadores de Serviços para a AIDS (IAPAC), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a cidade de Paris, que colaboram entre si para acabar com as epidemias de HIV, tuberculose e hepatites virais nas cidades até 2030. A iniciativa foi lançada no Dia Mundial da AIDS de 2014, em Paris.