ONU encoraja abordagem abrangente na educação sexual

Uma nova edição da publicação Orientação Técnica Internacional sobre Educação em Sexualidade foi divulgada no dia 10 de janeiro pela UNESCO, quase dez anos após a primeira edição. A publicação defende a educação sexual abrangente e de qualidade para promover a saúde e o bem-estar, o respeito aos direitos humanos e à igualdade de gênero e o empoderamento de crianças e os jovens para levarem vidas saudáveis, seguras e produtivas.

“Com base nas últimas evidências científicas, a Orientação Técnica Internacional sobre Educação em Sexualidade reafirma o lugar da educação sexual dentro de um quadro de direitos humanos e de igualdade de gênero”, diz a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay. “A publicação promove a aprendizagem estruturada sobre sexualidade e relacionamentos de forma positiva e centrada no melhor interesse do jovem. Ao delinear os componentes essenciais em programas efetivos de educação sexual, as orientações permitem que as autoridades nacionais elaborarem currículos abrangentes que terão um impacto positivo na saúde e no bem-estar dos jovens.”

A publicação foi concebida para auxiliar os formuladores de políticas educacionais de todos os países na elaboração de currículos precisos e apropriados à idade de crianças e jovens de 5 a 18 anos.

Com base em uma revisão do status atual da educação sexual em todo o mundo e aproximando-se das melhores práticas das mais diversas regiões, a Orientação Técnica demonstra que a educação sexual:

  • ajuda os jovens a se tornarem mais responsáveis ​​em suas atitudes e comportamentos em relação à saúde sexual e reprodutiva;
  • é essencial para combater o abandono escolar das meninas devido ao casamento infantil ou forçado, gravidez na adolescência e problemas de saúde sexual e reprodutiva;
  • é necessária porque, em algumas partes do mundo, duas em cada três meninas relataram não ter ideia do que estava acontecendo com elas quando começaram a menstruar e as complicações na gravidez e no parto são a segunda causa de óbito entre meninas de 15 a 19 anos de idade;
  • não aumenta a atividade sexual, o comportamento sexual de risco ou as taxas de infecção por HIV ou outras ISTs. A publicação também apresenta evidências que apontam que os programas de abstinência não impedem a iniciação sexual precoce nem reduzem a frequência de sexo e número de parceiros entre os jovens.

A publicação identifica a necessidade urgente de uma educação sexual abrangente de qualidade para:

  • fornecer informações e orientações aos jovens sobre a transição da infância para a idade adulta e os desafios físicos, sociais e emocionais;
  • enfrentar os desafios lançados pelas questões de saúde sexual e reprodutiva, que são particularmente difíceis durante a puberdade, incluindo o acesso à contracepção, gravidez precoce, violência de gênero, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e HIV e AIDS;
  • conscientizar sobre as opções de prevenção e transmissão do HIV, das quais apenas 34% dos jovens de todo o mundo demonstraram ter conhecimento preciso;
  • complementar ou compensar a grande quantidade de material de diferentes qualidades que os jovens encontram na internet e ajudá-los a enfrentar casos cada vez mais comuns de ciberbullying.

A Orientação Técnica foi elaborada em colaboração com o UNAIDS, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), ONU Mulheres e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Verified by MonsterInsights