Organizações unem esforços para fechar a lacuna no diagnóstico do HIV entre bêbes

Para alcançar as metas de Aceleração da Resposta e acabar com a epidemia de AIDS até 2030, novas infecções pelo HIV entre  crianças devem ser eliminadas. O vírus pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação, mas com a terapia antirretroviral, as taxas de transmissão de mãe para filho podem cair para 5% ou menos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) promove um método abrangente de prevenção da transmissão do HIV de mãe para filho. Uma parte importante desta estratégia é proporcionar tratamento adequado, cuidados e apoio às mães que vivem com HIV, aos seus filhos e outros membros da família.

Desde 2005, devido a programas eficazes que impedem a transmissão de mãe para filho, o número de crianças HIV-positivas diminuiu cerca de 70%. Em 2015, cerca de 1,4 milhões de mães que vivem com HIV deram à luz enquanto 150 000 crianças foram infectadas por HIV mundialmente. As crianças soropositivas têm a sua maior mortalidade nos primeiros três meses de vida, por isso, seu estado sorológico deve ser diagnosticado rapidamente para que elas possam receber o tratamento necessário.

No entanto, existe uma grave lacuna no diagnóstico. Apenas 51% dos bebês expostos ao HIV globalmente são testados com seis semanas de idade, a idade recomendada pela OMS. Dos testados, metade nunca receberá seus resultados. Daqueles que fazem o teste e recebem os seus resultados indicando estar HIV-positivos, apenas metade deles são direcionados ao tratamento.

A UNITAID está ajudando a fechar a lacuna no diagnóstico. Através de seus parceiros, a UNITAID investiu mais de 300 milhões de dólares para ampliar a disponibilidade de tecnologias de diagnóstico de qualidade e a preços acessíveis em países de baixa e média renda. Fundamentalmente, a UNITAID viabiliza a disponibilidade de exames em locais onde as pessoas buscam cuidados, mesmo em locais distantes, para garantir que pacientes jovens recebam rapidamente o tratamento de que precisam.

Os testes de diagnóstico infantil precoce são indicados para bebês, enquanto testes rápidos de diagnóstico são inadequados para crianças, já que os anticorpos da mãe podem estar presentes no sangue de seu filho por até 18 meses após o nascimento.

A UNITAID pretende fazer testes de diagnóstico por menos de 30 dólares. O teste demora menos de duas horas para ser feito, assim,  as crianças podem obter diagnóstico no mesmo dia e ser direcionadas imediatamente ao tratamento. Isso reduz o número de crianças cujos resultados são perdidos ou atrasados, além de economizar nos custos de diagnóstico tardio.

Com melhorias adicionais, o teste em bebês nos pontos de atendimento podem diminuir ainda mais a mortalidade infantil. O Diretor de Operações da UNITAID, Robert Matiru, ressalta a importância do teste regular. “Testes no nascimento podem informar os médicos se um bebê foi infectado no útero”, diz ele. “Mas se uma criança é infectada no nascimento, a soroconversão do HIV não será detectável no sangue até semanas mais tarde.Fazer o teste novamente com 6 meses, a idade recomendada, é essencial. “

A UNITAID tem, atualmente, projetos em curso para disponibilizar testes de diagnóstico infantil precoce e testes de carga viral em pontos de atendimento acessíveis e disponíveis em 16 países africanos. Plataformas inovadoras, adaptadas para ambientes de saúde descentralizados, facilitam a realização de vários tipos de testes pelos profissionais de saúde. A UNITAID financia pesquisas operacionais para verificar se cada solução de saúde é econômica, apropriada para o cenário e para crescer em escala.

As conclusões obtidas com este trabalho, por sua vez, servem de base importante para a criação de diretrizes de tratamento, planos nacionais,  políticas para prevenção e tratamento do HIV e estratégias globais de HIV, alimentando um ciclo de programas cada vez mais eficazes.

 

(Foto de capa: H4+/UNFPA)

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