Plataforma Global vai acelerar as respostas ao HIV entre gays e HSHs em todo o mundo

A Plataforma Global para Aceleração de Respostas ao HIV entre Homens Gays, Bissexuais e Outros Homens que Fazem Sexo com Homens (HSH) – novo órgão consultivo conhecido como Plataforma Global –  teve sua primeira reunião convocada pelo UNAIDS e pelo Fórum Global sobre HSH & HIV (da sigla em inglês MSMGF) em Genebra, na Suíça, no início de 2016 (12 e 13/01).

Através da Plataforma Global, os membros fornecerão aconselhamento estratégico para as agências das Nações Unidas e outros protagonistas da área sobre as necessidades e prioridades para programas de HIV e para homens gays e outros HSH, a fim de para tratar com urgência o aumento da epidemia de HIV nesta população-chave.

“A única forma de avançar é fazer mais e trazer mais pessoas para o centro da resposta à epidemia. Seja você quem for e sejam quais forem as circunstâncias, temos de fazer mais pelas pessoas afetadas pelo HIV. O lançamento desta plataforma para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens é uma ótima maneira de começar o ano”, disse Luiz Loures, Vice-Diretor Executivo do UNAIDS.

Em todo o mundo, homens gays e HSH têm muito mais chances de se tornar HIV-positivo e são, ao mesmo tempo, menos propensos do que a população em geral a ter acesso a serviços seguros e eficazes de saúde.

“Até o momento, temos falhado vergonhosamente na resposta global ao HIV em relação aos homens gays e bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. Estabelecer o primeiro corpo consultivo do gênero às agências da ONU e à comunidade de doadores voltados ao tema é um importante primeiro passo para corrigir a situação. Estou entusiasmado para trabalhar na plataforma em estreita parceria com um grupo extraordinário de advogados dedicados e aliados”, disse George Ayala, Diretor Executivo do MSMGF.

Novas infecções entre homens gays e outros HSH estão aumentando em todas as regiões do mundo, enquanto o acesso aos serviços de prevenção e tratamento do HIV permanece baixo em muitos países, o que se deve em partes ao investimento ineficiente na prevenção.

Planos estratégicos e programas de prevenção e tratamento nacionais muitas vezes não conseguem atingir os gays e outros homens que fazem sexo com homens. Leis e políticas punitivas, a violência e as violações dos direitos humanos aumentam a vulnerabilidade ao HIV.

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“Enquanto o HIV continua a afetar homens gays e bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens ao redor do mundo, há dados crescentes demonstrando o potencial do diagnóstico precoce do HIV, do melhor tratamento e da profilaxia pré-exposição na diminuição da transmissão do HIV. Esta Plataforma Global tem o potencial de alavancar o apoio necessário para trazer crescimento a estes programas e alcançar a cobertura necessária para mudar a trajetória da epidemia de HIV entre homens gays e bissexuais e outros HSH”, disse Stef Baral, da Universidade Johns Hopkins.

Os esforços para atingir os homens gays e outros HSH são frequentemente prejudicados pelo financiamento inadequado dos serviços essenciais de HIV e pelo baixo comprometimento no âmbito nacional para empenho na resposta ao HIV entre esta população. Os desafios crescem de forma exacerbada devido à ausência de homens gays e outros homens que fazem sexo com homens em instâncias de tomada de decisões políticas e processos de planejamento em níveis nacional, regional e global.

Durante esta primeira reunião, houve consenso em torno das prioridades e ações urgentes necessárias para reduzir o número de novas infecções pelo HIV entre homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, começando com a preparação para a Reunião de Alto Nível sobre HIV/AIDS, a ser realizada em junho 2016.

Entre os participantes do encontro estiveram representantes de redes regionais de homens que fazem sexo com homens, organizações da sociedade civil, Escritório do Coordenador Global de AIDS dos Estados Unidos, Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, a Fundação Elton John, grupos jovens, pessoas que vivem com o HIV, Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), setor privado e o  UNAIDS.

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