O movimento da AIDS, liderado por pessoas que vivem com HIV e que são afetadas pelo vírus, continua a inspirar o mundo e a oferecer um modelo para uma abordagem de saúde global e de transformação social baseada em direitos e centrada nas pessoas.
No entanto, ainda nos dias de hoje, em meio a um emaranhado de preocupações globais complexas e concorrentes entre si, confrontamo-nos com um obstáculo novo e grave: o peso opressivo da complacência. E isso acontece num momento em que sabemos que se nos concentrarmos nos lugares e nas pessoas mais afetadas pelo HIV, o mundo pode acabar com a epidemia de AIDS como uma ameaça à saúde pública.
Este momento é, no entanto, passageiro. Temos uma janela de oportunidade frágil para agir. Os esforços devem ser intensificados nos locais e entre as populações mais vulneráveis ao HIV, incluindo mulheres, jovens, pessoas privadas de liberdade, profissionais do sexo, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e pessoas que usam drogas injetáveis.
Muitas vezes, leis, políticas e práticas prejudicam o acesso equitativo aos serviços de HIV para as pessoas mais afetadas pelo vírus. Leis punitivas que impedem respostas eficazes ao HIV continuam a ser propagadas. Por volta de 75 países criminalizam as relações sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo, e a grande maioria dos países e territórios criminaliza o uso de drogas e o trabalho sexual.
Acabar com a AIDS em 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável significa eliminar o preconceito, a exclusão, a criminalização e a discriminação. Isso vai exigir progressos em todo o espectro de direitos: civis, culturais, econômicos, políticos, sociais, sexuais e reprodutivos.
O UNAIDS lançou um apelo ousado com o objetivo de não deixar ninguém para trás através da nova Estratégia do UNAIDS 2016-2021. É um apelo pela defesa dos direitos de todas as pessoas. Através da conquista dos seus direitos, as pessoas que estão sendo deixadas para trás vão avançar até a linha de frente da resposta para acabar com a epidemia – desta vez mais informadas e empoderadas, mobilizadas e engMensageajadas nesta resposta.
No Dia Internacional de Direitos Humanos de 2015, vamos nos unir para garantir que todas as pessoas, vivendo com ou sem HIV, sejam capazes de viver suas vidas ao máximo, desde o nascimento até a idade adulta e a velhice, livre de discriminação e com dignidade e igualdade .
Michel Sidibé
Diretor Executivo do UNAIDS e Subsecretário-Geral das Nações Unidas