Dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2022 do Ministério da Saúde mostram que no Brasil, entre 2011 e 2021, mais de 52 mil jovens entre 15 e 24 anos vivendo com HIV evoluíram para a AIDS.
Para responder a esse contexto, a ONG Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (GAPA) de Santa Catarina desenvolveu o projeto “GAPA na rua – ações de base, prevenção combinada e diagnóstico precoce”.
A iniciativa, contemplada pelo edital Fast-Track Cities do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), teve o objetivo de promover informação sobre prevenção combinada para populações-chave, estimular o diagnóstico precoce do HIV para populações em situação de maior vulnerabilidade e incentivar a adesão ao tratamento de HIV.
A ONG realizou 21 ações com populações-chave por meio de rodas de conversa e atividades em universidades, casas de prostituição e centros de acolhimento.
Marília de Souza, presidente do GAPA, destaca que os dados mostram a necessidade de promover a informação para garantir tratamento e supressão viral para jovens. “É perceptível que a juventude tem um certo afastamento na busca por saúde. Existe muita vergonha e desinformação. O resultado é a não ida ao serviço de saúde pegar preservativo ou fazer testagem para o HIV. Por isso o nosso trabalho vai sempre nessa direção”, explica Marília.
Com isto, o GAPA realiza busca ativa entre pessoas associadas que vivem com HIV, verificam a adesão ao antirretroviral e encaminham à rede de saúde.
Como ação emergencial, a entidade entregou 250 cestas básicas e kits de higiene a pessoas que vivem com HIV e pessoas em situação de vulnerabilidade.
Para Ariadne Ribeiro, oficial de Igualdade e Direitos do UNAIDS, o trabalho do GAPA revela que o apoio vai além de alimentação e higiene, também está ligado à informação e saúde.”A resposta ao HIV precisa estar amparada nesses pilares para que as pessoas tenham condições de seguirem em tratamento, alcançar supressão viral e ter acesso a uma vida plena”, ressalta.
O Edital teve o objetivo de apoiar financeiramente cinco projetos desenvolvidos por Organizações da Sociedade Civil (OSC) que atuam na resposta ao HIV em algumas das 15 cidades brasileiras participantes da iniciativa, selecionadas pelo UNAIDS como prioritárias, com base nos dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2021, do Ministério da Saúde.
Fast-Track Cities é uma parceria global entre municípios e quatro parcerias principais – a Associação Internacional de Provedores de Cuidados com a AIDS (IAPAC), o UNAIDS, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a Cidade de Paris.
Abaixo, alguns registros das ações desenvolvidos pelo GAPA no projeto “GAPA na rua – ações de base, prevenção combinada e diagnóstico precoce”.