O Atlas de Populações-Chave do UNAIDS (em inglês) é uma ferramenta online que fornece uma gama de informações sobre populações-chave – profissionais do sexo, pessoas trans, pessoas que usam drogas, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens – em todo o mundo, juntamente com informações sobre pessoas vivendo com HIV.
As informações sobre homens gays e outros homens que fazem sexo com homens foram ampliadas com a inclusão de 11 novos indicadores dos projetos EMIS (Pesquisa Europeia sobre HSH na internet, em tradução livre para o português) e LAMIS (Pesquisa para América Latina sobre HSH na internet, em tradução livre para o português).
Com financiamento da Comissão Europeia, o EMIS-2017 coletou dados de homens gays e outros homens que fazem sexo com homens em 50 países entre outubro de 2017 e janeiro de 2018. A LAMIS é a versão latino-americana da EMIS e terminou a coleta de dados em mais 18 países em maio de 2018.
Os 11 novos indicadores mostrados no Atlas de População-Chave – sífilis, sífilis sintomática, gonorreia, gonorreia sintomática, clamídia, clamídia sintomática, testes de infecções sexualmente transmissíveis, notificação da pessoa parceira com sífilis, notificação da pessoa parceira com gonorreia e vacinação contra as hepatites A e B – foram escolhidos devido à sua alta relevância para as comunidades.
A infraestrutura liderada e baseada na comunidade é essencial para enfrentar as desigualdades que impulsionam as pandemias, como as da AIDS e da COVID-19, bem como para assegurar a continuidade dos serviços de saúde e proteger os direitos e a subsistência de pessoas mais vulneráveis. As descobertas da EMIS e da LAMIS serão importantes para informar as organizações da sociedade civil que trabalham com saúde sexual, prevenção do HIV e direitos das minorias sexuais e para responsáveis por formulação de políticas, planejamento de prevenção extracomunitária, epidemiologistas e modeladores.
“Para não deixar ninguém para trás, precisamos de uma coleta de dados centrada nas pessoas e que evidencie as desigualdades que estão dificultando o acesso aos serviços. É fundamental entender quem são as pessoas mais afetadas e com menor capacidade de acessar os serviços. Isto permitirá que a Comissão Europeia, os Estados-membros da União Europeia, a sociedade civil e organizações comunitárias possam abordar as necessidades específicas dos homens gays e outros homens que fazem sexo com homens”
Jantine Jacobi, representante do UNAIDS na União Europeia
A sociedade civil e as organizações de base comunitária, especialmente aquelas lideradas por populações-chave, podem complementar as respostas pandêmicas dos sistemas de saúde tradicionais, mas isto exige que sejam tratadas como parceria plena – envolvidas em governança, projeção, planejamento e orçamento das respostas pandêmicas – com o apoio técnico e financeiro para fazê-lo de forma eficaz.
Os resultados dos novos indicadores ajudarão a aumentar o papel das parcerias e comunidades em cada país e servirão como base para a tomada de decisões e o planejamento de políticas. Por exemplo, na Irlanda, o Relatório Nacional EMIS-2017 (em inglês) reconhece que algumas dessas intervenções positivas em relação aos testes de HIV também podem ser atribuídas ao aumento da disponibilidade de testes comunitários”.