Quando os países concordaram em acelerar a resposta ao HIV, na Reunião de Alto Nível das Nações Unidas pelo fim da AIDS de 2016, um dos compromissos que assumiram foi o de aumentar o investimento na resposta à AIDS. Embora os países tenham concordado em investir pelo menos US$ 26 bilhões por ano até o final de 2020, em 2018 o total de investimentos foi de apenas US$ 19 bilhões — um déficit de US$ 7 bilhões e uma queda de US$ 1 bilhão em relação a 2017. Uma preocupante tendência de queda no financiamento geral para o HIV.
No entanto, o argumento para investir na resposta à AIDS é forte. Uma análise recente dessa relação custo-benefício, usando a abordagem de renda total de Lamontagne et al. (2019), demonstrou o retorno econômico do fim da epidemia de AIDS.
Os cálculos mostram que, sob a abordagem Fast-Track (Aceleração da Resposta) —segundo a qual um alto investimento inicial leva a grandes reduções em novas infecções por HIV e mortes relacionadas à AIDS—, cada dólar investido gera até US$ 6,44 em retornos econômicos em países de baixa e média renda.
Mesmo em um cenário mais conservador de cobertura constante—em que o investimento na cobertura dos serviços relacionados ao HIV foi mantido constante nos níveis de 2015 e as novas infecções por HIV e mortes relacionadas à AIDS não caem—o retorno econômico de cada dólar investido ainda é positivo nos países de baixa e média renda: US$ 2,55.
A análise mostra variações entre diferentes regiões do mundo, variando, sob a abordagem Fast-Track (Aceleração da Resposta), de US$ 1,05 na Europa Oriental e Ásia central a US$ 6,58 na Ásia e no Pacífico. De qualquer forma, a mensagem central permanece: o investimento no HIV realmente compensa.