Uma dúzia de jovens da América Latina, de nove países diferentes, reuniram-se em julho, na 10ª Conferência Internacional de AIDS sobre Ciência do HIV, na Cidade do México, México, para desenvolver novas estratégias de comunicação amigáveis relacionadas à prevenção do HIV para jovens gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH).
Mesmo os doze jovens nunca tendo se encontrado pessoalmente, eles realizaram várias reuniões virtuais para preparar o caminho para a conferência, organizadas pela Rede Latino Americana de Jovens vivendo com HIV (J+LAC), com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), UNAIDS e UNICEF.
Todos os anos, na América Latina, 100 mil pessoas são infectadas pelo HIV—um número que não mudou na última década. Em 2018, jovens entre 15 e 24 anos contabilizaram um quinto de todas as novas infecções por HIV na região. Jovens homens gays e outros Homens que fazem sexo com Homens (HSH), profissionais do sexo, transexuais e pessoas que usam drogas injetáveis são particularmente afetados.
“Precisamos relembrar ao mundo que não podemos falar sobre prevenção sem os jovens e fazer o mundo perceber que estamos envolvidos e preocupados”, disse Kenia Donaire, uma hondurenha que nasceu com HIV.
O UNAIDS, a OPAS/OMS e o UNICEF são fortes defensores do envolvimento de pessoas jovens, não apenas como beneficiários de serviços, mas também como parceiros e líderes no planejamento, desenvolvimento, implantação e monitoramente de avaliação de políticas e programas.
“Muitas vezes os jovens não estão nas mesas de tomada de decisão criando programas que eles precisam para se proteger do HIV. Vocês têm o potencial para dar exemplos de como os jovens podem liderar, defender, criar demandas e fornecer serviços personalizados para acabar com a epidemia, que é a segunda causa de morte entre os adolescentes. Precisamos de novas formas de nos comunciar, gerar demanda e vincular os jovens com alto risco de infecção pelo HIV aos serviços de HIV”, disse Shannon Hader, vice-diretora executiva para Programa do UNAIDS.
Jovens vivendo com HIV na América Latina têm trabalhado em equipe para planejar uma estratégia de comunicação para prevenção do HIV entre jovens gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) da região. Antes de viajar para a conferência, eles trabalharam juntos para mapear a existência de campanhas de comunicação e iniciativas de prevenção de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, também discutiram como traduzir complexos conteúdos científicos em efetivas mensagens-chave entre os pares.
“Homens jovens que fazem sexo com homens e outros jovens vulneráveis precisam de acesso à informação sobre a prevenção do HIV de uma maneira que faça sentido para eles,” disse Maeve de Mello, assessora regional de prevenção ao HIV na OPAS. “Nós estamos muito satisfeitos em apoiar esse grupo talentoso de jovens. As experiências pessoais e suas vozes vão nos preparar melhor para responder a este problema de saúde pública de uma forma que os adultos, sozinhos, não conseguem.”
Na Conferência, eles dividiram suas ideais com especialistas da saúde e profissionais de comunicação, e discutiram estratégias para alcançar jovens com messagens atraentes na prevenção do HIV e o fim do estigma e discriminação.
“Aprender sobre os últimos avanços e experiências bem-sucedidas na resposta ao HIV, enquanto aprendemos sobre o que acontece do outro lado da tela dos experts digitais, como o YouTube, foi uma experiência enriquecedora”, disse Horacio Barreda, um dos coordenadores da J+LAC. “Precisamos de uma estratégia que foque nas necessidades e afinidades dos jovens, que vivem suas vidas dentro e fora do mundo virtual”.
“Esse é um bem-sucedido começo de uma importante jornada, pela qual acreditamos que vamos alcançar jovens da América Latina em toda sua diversidade.”
O grupo agora planeja trazer suas estratégias para apoiar as partes envolvidas na resposta ao HIV, incluindo ministros da saúde, agências das Nações Unidas, e outros parceiros.