UNAIDS pede por melhor integração entre serviços de saúde mental e HIV

O Dia Mundial da Saúde Mental é acontece no dia 10 de outubro todos os anos. Neste ano, o UNAIDS está destacando que os governos precisam fazer mais para integrar os serviços de saúde mental e de HIV.

Pessoas vivendo com HIV correm um risco maior de desenvolver problemas de saúde mental, muitas vezes sofrendo de depressão e ansiedade à medida que se ajustam ao diagnóstico e se adaptam a viver com uma doença infecciosa crônica.

Pessoas vivendo com problemas de saúde mental também podem estar sob maior risco de infecção pelo HIV. Os riscos são exacerbados pelo baixo acesso à informação e conhecimento sobre HIV, incluindo como preveni-lo, uso de drogas injetáveis, contato sexual com pessoas que usam drogas injetáveis, abuso sexual, sexo desprotegido entre homens e baixo uso de preservativos.

“O HIV afeta os mais vulneráveis e marginalizados da sociedade, que também são desproporcionalmente afetados por problemas de saúde mental,” disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS. “Ao integrar os serviços de HIV e de saúde mental, poderemos alcançar mais pessoas com atendimento especializado e suporte capazes de salvar vidas dos quais elas precisam urgentemente.”

Atualmente, pouquíssimos serviços de saúde estão abordando as necessidades relacionadas ao HIV das pessoas vivendo com problemas de saúde mental, e tampouco os problemas de saúde mental das pessoas vivendo com HIV. Essa situação precisa mudar. Estudos realizados em cinco continentes estimaram que a prevalência do HIV entre pessoas vivendo com transtornos mentais graves pode variar entre 1,5% na Ásia até 19% na África.

As pessoas vivendo com HIV podem vivenciar problemas de saúde mental que podem afetar sua qualidade de vida e impedi-las de procurar assistência médica, aderir ao tratamento e continuar sob cuidados. Estudos realizados em 38 países mostram que 15% dos adultos e 25% dos adolescentes vivendo com HIV relataram depressão ou se sentiram sobrecarregados, o que pode ser uma barreira para a adesão à terapia antirretroviral.

Além disso, o próprio tratamento pode causar diversos efeitos colaterais no sistema nervoso central, incluindo depressão, nervosismo, euforia, alucinações e psicose. Estudos na África encontraram uma prevalência de 24% de depressão entre pessoas vivendo com HIV.

Identificar problemas de saúde mental entre pessoas vivendo com HIV é essencial; no entanto, com muita frequência, essas pessoas não são diagnosticadas e nem tratadas. Há muitas razões para isso e todas precisam ser abordadas. As pessoas podem não querer revelar seu estado psicológico aos profissionais de saúde por medo do estigma e da discriminação. Os profissionais de saúde podem não ter as habilidades ou o treinamento para detectar sintomas psicológicos ou ainda podem falhar em tomar as medidas necessárias para avaliação, gerenciamento e encaminhamento se os sintomas forem detectados.

Os serviços de saúde mental devem garantir o acesso a testes voluntários e confidenciais de HIV e aconselhamento para pessoas que podem estar em mais risco de infecção pelo vírus. Os prestadores de cuidados de saúde primários devem ser treinados para reconhecer e tratar problemas comuns de saúde mental e de uso de substâncias e encaminhar as pessoas para cuidados especializados.

Os serviços de prevenção, testagem, tratamento e assistência devem atender necessidades médicas complexas, psicológicas e sociais das pessoas afetadas pelo HIV e por problemas de saúde mental, que podem ser melhor gerenciados por meio de programas integrados. Abordagens integradas precisam estar em todos os setores e envolver serviços sociais, legais, de saúde e educacionais com a participação de organizações baseadas na comunidade.

Integrar a saúde mental e os programas de HIV previne novas infecções pelo vírus e melhora a saúde e o bem-estar das pessoas vivendo com com e afetadas pelo HIV.

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