A sociedade civil tem desempenhado papel importante na resposta ao HIV desde o início da epidemia, demandando acesso a medicamentos capazes de salvar vidas, exigindo os direitos das pessoas vivendo com HIV ou afetadas pelo vírus e fornecendo prevenção, cuidados e apoio essenciais. Sem a sociedade civil, menos serviços de HIV estariam disponíveis, particularmente para populações marginalizadas e pessoas em áreas distantes.
Em recente visita ao Quênia, o Diretor Executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, reuniu-se com membros de organizações da sociedade civil do país para falar sobre como apoiar, reforçar e ampliar a contribuição da sociedade civil para que consigamos acabar com a epidemia de AIDS.
“Precisamos de uma nova narrativa, não apenas sobre o tratamento do HIV, mas também sobre como restaurar a dignidade das pessoas,” disse Sidibé. “Precisamos demonstrar que ninguém pode prestar melhor assistência médica universal do que organizações da sociedade civil.”
As respostas comunitárias ao HIV resultam em uma saúde melhor, promovem a resiliência da comunidade e são eficazes em termos de custo-benefício. A sociedade civil também precisa estar totalmente envolvida nos processos de tomada de decisão para ajudar seu trabalho na garantia do respeito aos direitos humanos, no alcance da igualdade e diversidade de gênero e no exercício da garantia de que ninguém seja deixado para trás.
O encontro foi promovido por Wanjiru Mukoma, Diretor Executivo da Liverpool VCT Health, uma organização da sociedade civil queniana que presta serviços de prevenção, testagem, cuidados e tratamento do HIV. “Chegamos no ponto em que devemos moldar a agenda do HIV. A resposta do HIV não pode ser eficaz sem uma sociedade civil vibrante.”
Os participantes afirmaram que o foco deve se deslocar da capacitação da sociedade civil para o investimento significativo na capacidade já existente, a fim de aumentar o impacto de seu trabalho na resposta à AIDS.
“As organizações da sociedade civil trabalharam muito, mas o crédito não chega a nós. Precisamos de apoio para documentar nosso trabalho e construir nossa capacidade de estabelecer sistemas robustos de monitoramento de nossa contribuição para a Aceleração da Resposta,” disse Dorothy Onyango, Diretora Executiva da organização Women Fighting AIDS no Quênia.
Garantir a participação significativa dos jovens nos espaços da sociedade civil também foi um ponto enfatizado. “Não queremos que os jovens de espírito nos representem; estamos pedindo espaços para que nós mesmos [os jovens] nos representemos. Temos essa capacidade,” disse Joyce Amondi, uma liderança jovem que participou da reunião.
Durante o dia, Sidibé também se reuniu com Sahle-Work Zewde, Diretor-Geral do Escritório das Nações Unidas em Nairobi, para discutir o planejamento da sustentabilidade para manter e acelerar os resultados significativos que o Quênia tem alcançado no âmbito das metas 90–90–90: que, até 2020, 90% das pessoas que vivem com o HIV conheçam o seu estado sorológico; que destas, 90% tenham acesso ao tratamento; e que destas, 90% tenham carga viral indetectável. Eles concordaram que a descentralização dos sistemas de prestação de serviços, o corte nas taxas cobradas dos usuários e a interrupção do uso de remédios falsificados seriam medidas