Jovens Lideranças da área da saúde prepara para a construção de um mundo #ZeroDiscriminação
O Dia Mundial de Zero Discriminação, celebrado globalmente todo 1º de março, ganhou um reforço importante este ano no Brasil: mais um time de 50 jovens estudantes e profissionais da área da saúde que puderam mostrar seu engajamento e compromisso com o fim do estigma e do preconceito em nossa sociedade. Reunidos em Brasília durante cinco dias (23 a 27/2) para o 3º Curso de Formação de Jovens Lideranças, eles se somam aos outros 100 jovens que participaram das edições anteriores, realizada em 2015.
“O curso possibilita uma sensibilização enquanto agentes sociais, profissionais ou estudantes de saúde em todas essas questões que se referem ao preconceito, além de uma reflexão interna: como eu posso contribuir e o que eu posso fazer para a construção de uma sociedade com #ZeroDiscriminação?”, resumiu estudante de medicina da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Vinícius Santos, um dos jovens formados pelo curso em 2015 e que desta vez participou como facilitador de algumas oficinas.
Tamillys Lírio, 25 anos, é psicóloga no Rio de Janeiro e também já havia passado pela edição anterior do curso. Desta vez, assim como a de Vinínius, ela foi como uma das facilitadoras do curso. Para ela, a formação desempenha um papel fundamental na mobililização da juventude em prol da criação de um mundo #ZeroDiscriminação.
“Acredito que as vulnerabilidades são praticamente extintas quando fortalecemos a juventude e colocamos os jovens em um lugar de protagonismo. O que o curso faz é isso. Ele mostra pra você que sua voz é muito importante”, explica a jovem psicóloga.
Dia Mundial de Zero Discriminação
As oficinas e debates ocorridos durante o Curso estavam em linha com o tema central do Dia Mundial de Zero Discriminação deste ano: a importância do fim do estigma, do preconceito e da discriminação nos serviços de saúde. O 1º de março é uma oportunidade para a união de todas as pessoas pelo fim do preconceito e da discriminação e é também um momento de celebração do direito que todo mundo tem a uma vida plena, produtiva e digna. A iniciativa liderada pelo UNAIDS prega que fatores como sexo, nacionalidade, idade, deficiência, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, religião, idioma ou qualquer outro fator nunca devem ser motivo de discriminação.
O Dia Mundial de #ZeroDiscriminação abre oportunidades para que as comunidades, os jovens e a sociedade como um todo se una, renovando os esforços para a construção de uma sociedade mais justa. A borboleta, símbolo da iniciativa, representa a transformação que queremos ser e ver em nossa sociedade. Veja pelos canais de comunicação do UNAIDS como o dia 1º de março de 2016 foi celebrado no Brasil e no mundo
Veja abaixo as mensagens dos Embaixadores de Boa Vontade do UNAIDS, Mateus Solano, Wanessa Camargo e David Luiz, para celebrar o Dia Mundial de #ZeroDiscriminação 2016:
Curso de Formação de Jovens Lideranças
O Curso de Formação de Jovens Lideranças: Ativismo e Mobilização Social para Resposta e Controle do HIV/AIDS é uma iniciativa do UNAIDS em conjunto com Ministério da Saúde, UNESCO, UNICEF e UNFPA e cujo objetivo é capacitar jovens para a resposta ao HIV e à AIDS. Entre mais de mil inscritos de todo o Brasil, foram contemplados 150 jovens ativistas, entre 18 e 26 anos, incluindo profissionais da saúde ou estudantes da área. A maioria faz parte de populações-chave na resposta ao HIV/AIDS: gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis, transexuais e profissionais do sexo. Algumas destas jovens lideranças também trabalham com pessoas que usam drogas e com redução e danos; outras, ainda, integram duas populações também consideradas vulneráveis ao HIV, como negros e indígenas.
Citações
Roberto Rubem da Silva Brandão, graduando em Ciências Sociais, São Paulo
“A primeira coisa que eu considero importantíssima quando falo de #ZeroDiscriminação é que você abarque a história das pessoas que estão chegando aos serviços de saúde. Isso significa a experiência de vida delas, o que elas acreditam, o que elas representam socialmente, o que elas gostariam de ser e como elas gostariam de ser tratadas. Falta uma percepção de que as pessoas vão além de suas doenças.”
Mayara Gouveia de Castro, assistente social, Pernambuco
“Em um mundo #ZeroDiscriminação, não teríamos um julgamento prévio sobre aquela pessoa, seja ela negra, trans, mulher, criança ou idoso. Infelizmente, as pessoas acabam esquecendo que todos nós somos seres humanos e que temos as mesmas potencialidades. Falta conhecimento, empatica e humanidade.”
Andrielly Darcanchy, psicóloga, São Paulo
“Eu acho que o mundo seria #ZeroDiscriminação se pudéssemos encontrar profissionais que fossem iguais a nós. Que a sociedade civil esteja representada também nos profissionais de saúde. Temos que encontrar mais psicólogos negros, médicos transexuais, enfermeiras travestis e toda a pluralidade que vemos na sociedade e não encontramos quando procuramos uma unidade básica de saúde.”
Ayune Bezerra, Conselheira Estadual de Direitos LGBT, Paraíba
“Falta consciência para chegarmos à #ZeroDiscriminação. A partir do momento que você tem consciência, que você não faz para o outro o que não quer para si mesmo, isso já é um grande passo.”
Vinícius Santos, estudante de medicina, Bahia
“#ZeroDiscriminação é garantirmos o acesso e a acessibilidade aos serviços, ao exercício da cidadania e de seus direitos e, de fato, efetivar uma saúde pública de qualidade e de fato universal para todos. Acredito que, em um mundo #ZeroDiscriminação, o respeito será a essência de todos nós.”
Rafael Arcanjo, estudante de farmácia, Amazonas
“#ZeroDiscriminação é você ver a pessoa como ela é, sem preconceito, respeitando a singularidade de cada um, o ser humano como um indivíduo único. Ninguém tem que ser igual a ninguém. Ser diferente é o máximo.”
Tamillys Lírio, psicóloga, Rio de Janeiro
“Costumo pensar de maneira positiva, já vivemos momentos piores. Eu acredito que chegaremos na #ZeroDiscriminação. Se não for na minha geração, quem sabe na próxima. Vou deixar esse deverzinho para os meus filhos: “o que você tem feito? o que você tem ensinado para os seus amigos?”. Eu acho que é dessa forma, nas pequenas coisas e nas grandes também.”
Danylo Villaça, estudante de Saúde Coletiva, Distrito Federal
“A #ZeroDiscriminação ocorre no momento que a pessoa tenta conhecer o próximo e aprende a respeitá-lo a partir de suas diversidades. A meta de #ZeroDiscriminação é dificil e audaciosa. Mas é possível. Eu tenho visto que as gerações novas são mais informadas e estão cada vez mais preocupadas em lidar com o próximo, procurando ver a saúde também por um viés social e político. Os profissionais de saúde devem saber que a saúde não é apenas a ausência de doença, mas também um processo de construção social.”
Foto de capa: Rentao Oliveira