Estratégia Global para a AIDS 2026-2031

A Estratégia Global de AIDS 2026-2031 é um guia global que busca focar os esforços globais para o futuro da resposta à AIDS: acabar com as desigualdades, acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030 e promover a sustentabilidade da resposta ao HIV após 2030. O documento apresenta uma estrutura de responsabilidade para medir os resultados.

A nova estratégia busca estabelecer uma visão que renove e una os esforços globais para acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública, reconhecendo que o caminho a seguir requer inovação, inclusão, um compromisso mais intenso para responder às desigualdades e traçar a sustentabilidade da resposta.

Esta estratégia trata de nos perguntar o que realmente podemos alcançar em unidade nos próximos 2-5 anos e reimaginar quem deve fazer parte dessa jornada.

A base está montada para um movimento global unido – enraizado em inovação, equidade e determinação – para redefinir o que é possível na resposta ao HIV e alcançar a visão de acabar com a AIDS até 2030 como uma ameaça à saúde pública.

Atualmente estamos em um ponto crítico: um momento de oportunidade na resposta à AIDS com avanços científicos empolgantes (ARV de longa duração), uma chance de investir em serviços de saúde e HIV integrados de qualidade e um novo impulso para apoiar a liderança comunitária.

O mundo deve enfrentar o desafio dessas oportunidades e levá-las adiante na Estratégia Global de AIDS e na declaração política de 2026 sobre AIDS.

Esta Estratégia será crucial para orientar os esforços em direção ao objetivo global de acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030 e garantir uma resposta sustentável ao HIV para o futuro.

O UNAIDS dedicou 2024 para lançar as bases para esta nova Estratégia Global de AIDS transformadora. O ponto central para isso foi uma revisão parcial da Estratégia atual, que enfatiza a necessidade urgente de esforços acelerados de prevenção do HIV, facilitadores sociais e ganhos sustentados no tratamento.

Com 1,3 milhão de novas infecções por HIV anualmente, ainda é necessário um esforço concentrado para reduzir a incidência do HIV – reduzir novas infecções por HIV e mortes relacionadas à AIDS para alcançar a meta de 2030 de acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública.

Sem um grande impulso inovador de prevenção com novas tecnologias, novas infecções por HIV continuarão no futuro.

O HIV está longe de acabar. Estimativas do UNAIDS sugerem que em 2050 haverá entre 29 e 46 milhões de pessoas vivendo com HIV que precisarão de serviços e sistemas para serem saudáveis e prevenir a transmissão.

Precisamos acelerar para fechar as lacunas na cascata de tratamento. Esforço necessário para superar a complacência e estimular a resposta ao HIV para manter o sucesso existente.

Estruturas e barreiras sociais para as populações que precisam de prevenção ou tratamento devem ser removidas para ter sucesso na redução do HIV como uma ameaça à saúde pública.

Serviços e sistemas de saúde dos países devem estar em vigor para populações vivendo com e em risco de HIV para evitar um ressurgimento futuro.

Isso requer uma resposta multissetorial forte em âmbitos como saúde, finanças, justiça, educação, bem-estar social. A integração dos serviços exigirá um esforço cuidadoso para garantir que serviços de qualidade, sem estigma, estejam disponíveis para todas as pessoas que necessitam.

As metas são uma aliada poderosa da resposta à AIDS – como um chamado à ação para países e comunidades.

Sabemos o poder que as metas tiveram – 3 por 5 para ampliar o acesso à primeira terapia antirretroviral eficaz, o 90-90-90 quando a ciência confirmou o poder da supressão da carga viral para prevenir a transmissão do HIV, os Três Zeros – 0 Mortes, 0 Novas infecções por HIV, 0 Estigma quando a resposta à AIDS definiu sua meta de ODS antes de qualquer outra e prometeu não deixar ninguém para trás.

Elas ressoam para todas as pessoas. Seja para uma pessoa oficial de projeto em Maputo ou as lideranças da Fundação Gates, as metas podem ser aplicadas em diferentes contextos e mover o mundo em direção ao fim da AIDS.

Uma Equipe Multissetorial Global, copresidida por Chewe Luo e Michel Kazatchkine, composta por 33 especialistas de governos, sociedade civil, organizações multilaterais e de saúde pública, trabalhou para identificar metas mensuráveis, equitativas e baseadas em evidências para 2030.

As metas preliminares foram discutidas em uma reunião informativa em outubro de 2024 com mais de 150 partes interessadas, garantindo ampla contribuição para refinar a estrutura.

As metas são centrais para definir nossos objetivos de 2030 (o QUE) e a estratégia descreve COMO chegaremos lá (operacionalizando as metas) e quais ações estratégicas críticas são necessárias para alcançar nossos objetivos.

A próxima Estratégia Global de AIDS fornece uma visão para unir e inspirar:

• Governos e Programas Nacionais de AIDS: para orientar a programação baseados em evidências que protegem vidas e sustenta o progresso.
• Sociedade civil e ativistas da comunidade: Para impulsionar a defesa, fortalecer vozes e garantir que todas as vozes, especialmente as mais marginalizadas, sejam ouvidas e incluídas.
• Parcerias e organizações doadoras: para desejar investir em soluções inovadoras.
• Profissionais de educação, pais, mães, responsáveis, jornalistas (pessoas comuns). Deve ser nítido, fácil de ler e entender e fazer com que se sintam parte de um movimento global.

A próxima Estratégia Global de AIDS fornecerá uma visão global e prioridades globais que devem ser relevantes para a epidemia de HIV e resposta em todos os países globalmente. Também incluirá capítulos regionais para considerar as diferentes epidemias nas regiões.

O UNAIDS é mandatado pelos Estados-membros para desenvolver uma Estratégia Global de AIDS a cada cinco anos. Esta Estratégia informa a próxima reunião de alto nível sobre AIDS que ocorrerá em junho de 2026 e apoia os países a estabelecer metas nacionais e globais.

O UNAIDS convoca vozes de toda a resposta ao HIV (governo, membros do PCB, sociedade civil e parcerias) e além do espaço tradicional de HIV/AIDS para ajudar a moldar um futuro para não deixar ninguém para trás.

A liderança deste processo é crítica para seu sucesso. Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS, e as duas diretoras executivas adjuntas desempenharão um papel fundamental na definição da visão geral, definição de parâmetros e alinhamento dos recursos necessários para entregar esta estratégia.

Uma equipe de tarefa será estabelecida, incluindo participação de países, regiões, a sede do UNAIDS e copatrocinadores.

Todos os funcionários e as funcionárias do UNAIDS serão convidados a contribuir para o processo de desenvolvimento da Estratégia por meio de discussões dentro de suas equipes e consultas online.

Dentro do Secretariado do UNAIDS, a iniciativa é coordenada por Muleya Mwanandeya e Anne-Claire Guichard.

A equipe garantirá uma abordagem colaborativa e inclusiva que moldará a estratégia que guiará o mundo em direção aos objetivos de 2030.