O Espaço Cultural Renato Russo foi cenário na última quinta-feira, 28, da produção de peças educomunicativas feitas por jovens estudantes de escolas públicas do Distrito Federal (DF) que tinha como foco prevenção ao HIV.
As atividades fizeram parte de uma oficina de comunicação em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, que acontece anualmente em 1º de dezembro, e foi uma parceria entre as Secretarias de Saúde e Educação do DF, o Ministério da Saúde e o UNAIDS.
Divididos em grupos, estudantes do Centro Educacional (CED) 203 do Recanto das Emas e do Centro de Ensino Médio (CEM) 404 de Samambaia criaram materiais educomunicativos, como publicações para redes sociais, vídeos e encenações teatrais.
Temas como formas de transmissão do HIV e estratégias de prevenção combinada foram abordados. Além do aprendizado técnico, jovens destacaram o aprendizado em relação ao acesso a informações sobre os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Aprendi que dá para buscar ajuda nas unidades de saúde, onde podemos conversar, contar nossa história e acessar testes e métodos de prevenção”, contou Jéssica Cristina, de 16 anos, aluna do CEM 404.
Estudantes contaram com o apoio técnico de profissionais de comunicação durante o processo criativo. Para a jornalista Kamila Rodrigues, uma das instrutoras, o trabalho foi enriquecedor. “Tratar temas sérios de forma lúdica torna a comunicação mais eficaz. Isso é essencial para engajar a juventude”, avaliou.
De acordo com dados do Informativo Epidemiológico (2019-2023), jovens de 20 a 29 anos representam mais de 44% dos casos de infecção pelo HIV no DF, seguido pela faixa etária de 30 a 39 anos, 27,6%. No caso da AIDS, essas duas faixas etárias correspondem a 60% das notificações.
Em relação à prevenção, dados do Ministério da Saúde coletados até 29 de novembro, mostram que, no DF, entre as pessoas que usam o método da Profilaxia Pré-exposição (PrEP), apenas 26,8% estavam na faixa etária entre 18 e 29 anos, com concentração majoritária entre jovens de cor branca.
“Os jovens muitas vezes desconhecem o impacto que o HIV já teve e como a realidade mudou, especialmente em relação à prevenção, diagnóstico e tratamento”, destacou Beatriz Maciel Luz, gerente do Espaço Cultural Renato Russo.
O DF oferece testes rápidos e autotestes para HIV em 176 Unidades Básicas de Saúde (UBS), no Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em outras unidades de saúde, respeitando sempre a privacidade do diagnóstico.
A prevenção combinada, que reúne diversas estratégias integradas, está disponível gratuitamente na rede pública, sendo o método mais eficaz para evitar novas infecções.
Com informações de Secretaria de Saúde do Distrito Federal.