A partir do próximo dia 03 de novembro começa uma série de seminários online para divulgar o detalhamento dos resultados da Pesquisa sobre o Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV e Aids no Brasil. O levantamento, feito pela primeira vez no Brasil, é um espelho do que acontece na vida das pessoas vivendo com HIV e Aids mesmo depois de 40 anos do início da epidemia e mostra como essa população ainda é discriminada e sofre com o preconceito e a desinformação.
Os seminários são direcionados para movimentos sociais e pessoas que atuam em defesa dos direitos das pessoas vivendo com HIV e Aids; para profissionais de saúde; para parlamentares e profissionais que trabalham nos Poderes Legislativo e Judiciário. A série de eventos começará em Manaus, em 03 de novembro, e seguirá até o mês de dezembro nas demais seis capitais onde a pesquisa foi realizada: São Paulo-SP (06/11), Recife-PE (01/12), Rio de Janeiro-RJ (04/12), Brasília (07/12), Salvador-BA (08/12); Porto Alegre-RS (11/12).
Os eventos acontecerão sempre das 14h às 17h (horário local), através da Plataforma Zoom. Para participar é preciso fazer a inscrição através do link. São 50 vagas por seminário.
“A ideia é que, ao apresentar os dados específicos de cada localidade, seja possível mobilizar pessoas dos poderes executivos dos estados e municípios e também representantes dos poderes Legislativo e Judiciário em torno das questões de estigma e discriminação às pessoas vivendo com HIV e Aids. Também queremos sensibilizar profissionais de saúde a adotar medidas contra o estigma e a discriminação nos serviços de saúde e divulgar a pesquisa de maneira ativa entre os/as usuários/as dos serviços de saúde que atendem pessoas vivendo com HIV e Aids, a sociedade civil e formadores/as de opinião”, explica Jair Brandão, assessor de Projetos da Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero.
Para Claudia Velasquez, Diretora e Representante do UNAIDS no Brasil, as análises em profundidade são uma ferramenta necessária para fundamentar as ações e políticas para as pessoas que vivem com HIV e pessoas que vivem com AIDS. “As evidências são necessárias para que as políticas sejam eficazes. Para isso, precisamos ouvir as pessoas, em seus diferentes contextos, para garantir que a resposta à epidemia seja centrada nas pessoas e baseada em direitos humanos”, destaca Claudia.
O que é o Índice de Estigma?
O Índice de Estigma em relação às Pessoas Vivendo com HIV e Aids é uma ampla pesquisa realizada durante o ano de 2019 com pessoas vivendo com HIV e Aids no Brasil, que identificou como o preconceito e o estigma ainda afetam a vida das pessoas que vivem o vírus HIV. O Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV e Aids no Brasil é promovida pelas Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+); Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP); Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e AIDS (RNAJVHA); Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e convivendo com HIV/AIDS (RNTTHP). A pesquisa foi apoiada pelo Programa das Nações Unidas para o HIV e a Aids (UNAIDS), pela Gestos — Soropositividade, Comunicação e Gênero, e pela PUC do Rio Grande do Sul (PUC-RS), e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Foi realizada em sete capitais: Manaus-AM; São Paulo-SP; Recife-PE; Rio de Janeiro-RJ; Brasília-DF; Salvador-BA; e Porto Alegre-RS.
O levantamento mostrou que das 1.784 pessoas entrevistadas, 64,1% já́ sofreram alguma forma de estigma ou discriminação pelo fato de viverem com HIV ou com AIDS. Comentários discriminatórios ou especulativos já afetaram 46,3% delas, enquanto 41% do grupo dizem ter sido alvo de comentários feitos por pessoas da própria família. As situações de discriminação incluem assédio verbal (25,3%), perda de fonte de renda ou emprego (19,6%) e também agressões físicas (6,0%).
Entre os resultados do levantamento, um dado que chama atenção é a discriminação sofrida pelas pessoas vivendo com HIV/Aids no sistema de saúde. Das pessoas entrevistadas, 15,3% afirmaram ter sofrido algum tipo de discriminação por parte de profissionais da saúde pelo fato de viverem com HIV ou com AIDS, incluindo atitudes como o esquivamento do contato físico (6,8%) e a quebra de sigilo sem consentimento (5,8%).
As entrevistas foram feitas por pessoas vivendo com HIV/Aids, capacitadas pela Gestos. A realização desse estudo inédito no país foi possível graças a uma parceria entre diversas organizações e instituições. Também estiveram envolvidos no estudo, a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+); o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP); a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e AIDS (RNAJVHA); e a Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e convivendo com HIV/AIDS (RNTTHP).
Serviço
Webnário: Índice de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS no Brasil
Datas: Manaus (03/11), São Paulo-SP (06/11), Recife-PE (01/12), Rio de Janeiro-RJ (04/12), Brasília (07/12), Salvador-BA (08/12); Porto Alegre-RS (11/12).
Horário: 14h às 17h (horário local)
Inscrição: Formulário (50 vagas por cidade)