Acelerar o progresso rumo à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres é fundamental para acabar com a epidemia de AIDS. E começa dentro do UNAIDS.
Em 2018, o UNAIDS lançou seu Plano de Ação sobre Gênero 2018-2023 com o objetivo de melhorar a eficácia do UNAIDS promovendo a liderança feminina em toda a organização e assegurando que todos os funcionários, mulheres e homens, estejam cientes das questões que aumentam o risco de infecção pelo HIV em mulheres.
O primeiro relatório anual de progresso do Plano de Ação sobre Gênero 2018-2023 mostra o avanço rumo as metas, embora ainda exista muito a ser feito. “O Plano de Ação sobre Gênero é uma ferramenta para a mudança”, disse Gunilla Carlsson, Diretora Executiva Interina do UNAIDS, “Com base no progresso impressionante alcançado apenas no primeiro ano de sua implementação, é fundamental manter o ritmo e sustentar as conquistas ao longo do tempo.”
Das 30 ações determinadas para alcançar as quatro metas estabelecidas no Plano de Ação sobre Gênero em cinco anos, o UNAIDS avançou com sucesso em 20 delas nos primeiros 12 meses. “O Plano de Ação sobre Gênero é importante porque se trata de igualdade, equilíbrio, justiça e equidade”, disse Helene Badini, assessora comunitária regional da equipe de apoio do UNAIDS em Dakar, Senegal.
O Plano inclui oportunidades de treinamento e mentoria, objetivos de trabalho obrigatórios relacionados a gênero e apoio em toda a organização. “Todos os funcionários do meu escritório têm um objetivo de aprendizado sobre gênero e eu faço trabalho de advocacy contra qualquer violência baseada no gênero”, afirmou Françoise Ndayishimiye, diretora do UNAIDS no Gabão. “Além disso, como membro da UN+, gosto de estar conectada com outras mulheres vivendo com HIV que trabalham no UNAIDS para unir nossos pontos fortes e agir em conjunto”, acrescentou ela.
Na região da África Ocidental e Central, a maioria dos funcionários do UNAIDS são homens e metade dos diretores de país são mulheres, responsáveis por liderar equipes pequenas em uma região que enfrenta uma das epidemias de AIDS que mais crescem no mundo e desafios severos relacionados à segurança, desastres humanitários e naturais. Marie Engel, assessora regional de programa do UNAIDS em Dakar acredita que “ter uma rede de colegas mulheres é uma ferramenta poderosa e única para promover a liderança feminina, e é por isso que estou facilitando a colaboração entre a Aliança da África Ocidental e Central do Programa de Liderança Feminina.”
O Plano de Ação sobre Gênero lembra que a igualdade de gênero é um direito humano e fundamental para o desempenho e a efetividade do UNAIDS. A importância de promover a igualdade de gênero, inclusive por meio da conquista da paridade de gênero, é agora reconhecida em maior escala.
O plano, que é focado nos funcionários, traduz-se rapidamente em ação programática. Na República Democrática do Congo, por exemplo, o UNAIDS ajuda mulheres envolvidas em redes de pessoas vivendo com HIV da sociedade civil a desenvolver suas habilidades e reduzir a auto-discriminação e o auto-estigma. Os membros da rede viajaram para Nova Iorque em 2018 para participar da Comissão sobre as Condições das Mulheres para compartilhar suas experiências. A mulher responsável por este trabalho é Natalie Marini Nyamungu, conselheira em direitos humanos e igualdade de gênero do escritório do UNAIDS no Congo.
“Desenvolvi habilidades que me permitiram criar um ambiente de trabalho positivo com igualdade e respeito à diversidade em sua essência, sem discriminação ou preconceito”, disse Natalie Marini Nyamungu. “Eu também ajudei nossos parceiros da sociedade civil a desenvolver novas habilidades, recursos e a autoconfiança que eles precisavam para impulsionar sua própria liderança.”
Apoiar a liderança das mulheres é fundamental para o Plano de Ação sobre Gênero. A experiência da equipe feminina do UNAIDS mostrou que a liderança é um processo de influência, não apenas uma posição na hierarquia organizacional.