Antes do Dia Mundial da Tuberculose, 24 de março, o UNAIDS pede aos países que intensifiquem os esforços para alcançar a meta de reduzir 75% das mortes por tuberculose (TB) entre as pessoas vivendo com HIV até 2020, como definido na Declaração Política de 2016 da ONU sobre o Fim da AIDS. Estimativas da Organização Mundial da Saúde mostram que, globalmente, o número de mortes por tuberculose entre pessoas vivendo com HIV diminuiu 42% desde 2010 (de 520.000 em 2010 para 300.000 em 2017).
Estimativas mostram que, até 2017, cinco países de baixa ou média renda alcançaram ou superaram a meta de redução de 75% nas mortes por tuberculose em pessoas vivendo com HIV, três anos antes do previsto—Índia (redução de 84%), Eritreia (83 %), Djibouti (78%), Malawi (78%) e Togo (75%). Outros 18 países reduziram as mortes por tuberculose entre pessoas que vivem com HIV em mais de 50% e estão no caminho para alcançar a meta até ao final de 2020, desde que a ampliação dos serviços seja mantida. No entanto, as estimativas também mostram que a maioria dos países não está no caminho certo e que as mortes estão aumentando em algumas regiões.
“A tuberculose deveria ser uma doença do passado. É uma doença que pode ser prevenida e tratada há décadas. Anos de negligência dos direitos a cuidados básicos de saúde, alimentação e abrigo permitiram que a TB se instalasse e desenvolvesse resistências”, disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS. “As pessoas que vivem com HIV estão especialmente em risco. Ainda há uma chance para muitos países alcançarem a meta, mas temos que agir agora―é hora de acabar com a tuberculose e com a AIDS. ”
Cerca de 40 países apresentaram um aumento no número de mortes por tuberculose entre pessoas vivendo com HIV entre 2010 e 2017. Na Europa Oriental e Ásia Central, o número de mortes por tuberculose entre pessoas vivendo com HIV aumentou em 22% entre 2010 e 2017, com aumentos em quase todos os países da região (apenas três países não registraram crescimento). Na América Latina, as mortes aumentaram 7%. A falta de progresso em alguns países é uma indicação clara de que são necessários mais esforços para enfrentar os principais desafios, incluindo a necessidade de equidade e de garantir que grupos vulneráveis tenham acesso a serviços integrados de HIV e TB.
Para acelerar o progresso na redução das mortes por tuberculose entre pessoas que vivem com HIV e alcançar a meta até 2020, o UNAIDS está incentivando os países a integrar plenamente os serviços de TB e HIV e usar abordagens comunitárias para encontrar, diagnosticar e tratar todos os casos. Os países precisam examinar todas as pessoas que vivem com HIV para TB e todas as pessoas com TB precisam ser testadas para o HIV. A qualidade do diagnóstico de TB e HIV também precisa ser melhorada. Os esforços de prevenção ao HIV e TB precisam ser ampliados, particularmente para pessoas em maior risco de infecção. Além disso, todas as pessoas diagnosticadas com TB e HIV precisam de acesso imediato ao tratamento e apoio para adesão.
“Embora o progresso seja desigual, vemos que a meta pode ser alcançada e um grande número de países pode chegar lá se agir com urgência e usar abordagens centradas na comunidade”, disse Sidibé. “Enfatizo que é essencial integrar os serviços de TB e HIV para que as pessoas possam ser examinadas, testadas e tratadas, com oferta de prevenção para ambas, idealmente sob o mesmo teto, pelo mesmo profissional de saúde e no mesmo dia. Essa é uma abordagem que sabemos que pode salvar vidas.”
Com menos de dois anos para alcançar a meta, o UNAIDS está pedindo a todos os países que intensifiquem suas ações e que os parceiros trabalhem juntos para garantir que todas as pessoas impactadas pelo HIV e pela TB tenham acesso a serviços efetivos de prevenção e tratamento.
A tuberculose é a infecção que causa mais mortes em todo o mundo, sendo responsável pela morte de 4.400 pessoas por dia. A tuberculose também é a principal causa de mortes entre as pessoas que vivem com HIV, causando uma em cada três mortes relacionadas à AIDS. Em 2017, 1,6 milhão de pessoas morreram devido à tuberculose, incluindo cerca de 300 mil pessoas vivendo com HIV.