O segundo relatório anual de Saúde Global 50/50 foi lançado no dia 7 de março em Addis Ababa, Etiópia. O relatório analisa os progressos realizados nos últimos 12 meses por organizações ativas no setor da saúde para implementar políticas que promovam a igualdade de gênero, a não discriminação e a inclusão no local de trabalho.
O relatório deste ano, Equality works (‘Igualdade funciona’ na tradução livre para o português), analisa as políticas e práticas relacionadas a gênero de quase 200 organizações. A amostra inclui organizações de 10 setores, com sede em 28 países em todo o mundo, que juntos empregam cerca de 4,5 milhões de pessoas.
O relatório fornece um guia abrangente sobre como as organizações globais ativas na saúde estão tomando medidas para promover a igualdade de gênero em quatro áreas: comprometimento, conteúdo político com base em evidências, resultados equitativos em poder e remuneração e programação sensível ao gênero.
A revisão do Saúde Global 50/50 classifica 14 organizações com pontuações muito altas nestas quatro áreas, incluindo a ONU Mulheres, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). O UNAIDS está incluído em uma lista de outras 17 organizações classificadas com pontuações altas.
No entanto, o relatório salienta que, mesmo entre os que têm bom desempenho, ainda há a necessidade urgente de as organizações cumprirem e aplicarem as suas políticas de igualdade, não discriminação e inclusão.
A presidente da Etiópia, Sahle-Work Zewde, foi a oradora principal durante o lançamento e falou da necessidade de promover a liderança feminina para implementar políticas e programas em igualdade de gênero.
A Sra. Sahle-Work é a primeira mulher chefe de estado da Etiópia e atualmente a única mulher chefe de estado em toda a África. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, assegurou a igualdade de gênero entre seus ministros.
Durante seu discurso no lançamento do relatório, Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, disse que foi oportuno a realização do evento na Etiópia e falou da importância de alcançar a igualdade de gênero como uma questão de justiça social.
“As mulheres continuam a ser deixadas para trás e são mais propensas a sofrer assédio, discriminação e progressão de carreira mais lenta”, disse Sidibé. “É uma afronta que, em média, as mulheres ganhem 20% menos que os homens sem nenhuma razão além do gênero. Isso deve mudar”.
Sidibé disse que o UNAIDS fez progressos na igualdade de gênero, mas reconheceu que há mais a ser feito. Ele disse que o UNAIDS aumentou a proporção de Diretores de países do sexo feminino de 26% em 2013 para 48% nos dias de hoje. Ele também apontou a adoção de uma política única de licença parental e a expansão do Programa de Liderança do UNAIDS para todas as mulheres da organização como exemplos de seu compromisso em alcançar a igualdade de gênero.