Durante uma visita à Casa Hogar El Buen Samaritano (Fundação e Lar do Bom Samaritano, em tradução livre) para pessoas vivendo com HIV no Panamá, o Papa Francisco encorajou as pessoas a não discriminarem seus vizinhos. A Fundação abriga atualmente 16 pessoas vivendo com HIV entre 16 e 60 anos, que foram os primeiros recebidos pelo Papa durante a visita.
“O bom samaritano, seja na parábola ou em todas as suas casas, mostra-nos que o nosso vizinho é, antes de tudo, uma pessoa, alguém com um rosto real e particular, não algo a evitar ou ignorar, seja qual for a sua situação”, disse o Papa Francisco.
O Papa esteve no Panamá entre 23 e 27 de janeiro para celebrar a Jornada Mundial da Juventude com jovens de todo o mundo. A visita à Casa Hogar El Buen Samaritano aconteceu no último dia de sua visita. O Papa disse que o trabalho da Fundação confirma a fé das pessoas “untando feridas, renovando a esperança e estimulando a fé.”
Há 15 anos, a Casa Hogar El Buen Samaritano oferece assistência e tratamento abrangentes para ajudar as pessoas que vivem com HIV a recuperar sua saúde e dignidade e se reconectar com suas comunidades e famílias. A Fundação também oferece educação sobre prevenção do HIV para milhares de pessoas, incluindo jovens em escolas e que podem estar em risco de infecção por HIV.
A primeira-dama do Panamá e Embaixadora Especial do UNAIDS na América Latina, Lorena Castillo de Varela, participaram da visita, assim como o Diretor Executivo do UNAIDS, Michel Sidibé.
“A Casa Hogar El Buen Samaritano abraça todas as pessoas, independentemente de sua saúde ou estado sorológico para o HIV”, disse Sidibé. “Organizações de fé como essa têm uma capacidade incrível de tocar as vidas das pessoas que são mais difíceis de alcançar e remover as barreiras do estigma e da discriminação. As comunidades religiosas que falam sobre o HIV podem nos aproximar do fim da epidemia de AIDS”, acrescentou.
O UNAIDS trabalha em estreita colaboração com a Igreja Católica e a Santa Sé em objetivos comuns, como a eliminação de novas infecções por HIV entre crianças e o aumento do acesso a testes e tratamento pediátricos. A Zero Discriminação é fundamental para alcançar esses objetivos.
Globalmente, permanecem lacunas significativas na prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV entre crianças. Em 2017, houve 180.000 novas infecções por HIV entre crianças no mundo. Apenas metade (52%) das crianças expostas ao HIV em todo o mundo receberam testes de diagnóstico precoce nos primeiros dois meses de vida e apenas 52% das crianças que vivem com HIV tiveram acesso ao tratamento em 2017.
O Vaticano convocou uma discussão de alto nível, chamada ‘Ampliando o Diagnóstico Precoce e o Tratamento para Crianças e Adolescentes’, reunindo líderes de grandes empresas farmacêuticas, organizações multilaterais, doadores e governos. Embora ainda exista muito trabalho pela frente, já foram alcançados resultados positivos na ampliação do diagnóstico e tratamento pediátrico. O UNAIDS continua trabalhando com todos os parceiros, incluindo o Vaticano, para ampliar os serviços de HIV para crianças.