Trinta anos após o primeiro Dia Mundial da AIDS, a resposta ao HIV está em uma encruzilhada. O caminho escolhido pode definir o curso da epidemia—se vamos acabar com a AIDS até 2030, ou se as gerações futuras continuarão carregando o peso dessa doença devastadora.
Mais de 77 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV e mais de 35 milhões morreram devido a doenças relacionadas à AIDS. Grandes progressos foram alcançados no diagnóstico e tratamento e os esforços de prevenção evitaram milhões de novas infecções.
No entanto, o ritmo do progresso não corresponde à ambição global. O número de novas infecções por HIV não está caindo na velocidade necessária. Algumas regiões foram deixadas para trás e os recursos financeiros são insuficientes. O estigma e a discriminação ainda estão deixado as pessoas para trás, especialmente as populações-chave—incluindo pessoas que usam drogas injetáveis, profissionais do sexo, pessoas trans, pessoas privadas de liberdade, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens—e mulheres jovens e meninas. Além disso, uma em cada quatro pessoas vivendo com HIV não sabe que vive com o vírus, o que a impede de tomar decisões informadas sobre prevenção, tratamento e outros serviços de assistência e apoio.
Ainda há tempo—para ampliar o alcance dos testes de HIV; permitir que mais pessoas tenham acesso ao tratamento; aumentar os recursos para prevenir novas infecções; e acabar com o estigma. Neste momento crítico, precisamos avançar no caminho certo.
António Guterres
Secretário-Geral das Nações Unidas