As doenças não transmissíveis (DNTs) são as maiores causadoras de mortes globalmente, sendo responsáveis por 71% de todas as mortes no mundo. Definidas pela Organização Mundial da Saúde como doenças de longa duração e, geralmente, de progressão lenta, os quatro principais tipos de DNTs são: doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes. Juntas, essas doenças são responsáveis por 80% de todas as mortes prematuras por DNTs.
Pessoas de todas as idades podem ser afetadas por doenças não transmissíveis, mas elas tendem a afetar pessoas mais velhas. Com o número crescente de pessoas vivendo com HIV com acesso ao tratamento e, consequentemente, vivendo mais, as pessoas vivendo com HIV estão adoecendo com as DNTs cada vez mais. No entanto, viver com HIV também aumenta o risco de desenvolver DNTs, por causa da própria infecção e dos efeitos colaterais dos medicamentos usados para tratar o HIV. Portanto, os cuidados que as pessoas vivendo com HIV recebem precisa incluir o cuidado com as DNTs.
Como as pessoas em muitos países de baixa e média renda estão fumando mais, ingerindo mais álcool, tornando-se menos ativas e mudando suas dietas, as taxas de DNTs estão aumentando. As taxas de mortalidade por idade das DNTs são quase duas vezes mais altas nos países de baixa e média renda do que nos países de alta renda.
No entanto, os avanços alcançados até o momento na resposta à AIDS mostram o que pode ser feito se os países tomarem medidas decisivas. Está ficando cada vez mais claro que, se o mundo quiser controlar as DNTs, as lições da resposta à AIDS precisam ser aprendidas e aplicadas na resposta às DNTs.
Os sistemas de saúde das regiões que abrigam a maioria das pessoas vivendo com HIV foram projetados para tratar principalmente doenças agudas, e não crônicas. No entanto, os programas de HIV nesses mesmos países podem ser bons modelos de como aumentar os serviços para as DNTs, mostrando como dar continuidade aos cuidados, apoiar a adesão ao tratamento e envolver as comunidades.
A resposta à AIDS teve um impacto enorme na saúde global. Algumas lições-chave da resposta à AIDS podem guiar a resposta às DNTs, como: impacto de diagnóstico e tratamento precoces, serviços de HIV como ponto de entrada para serviços de saúde mais amplos, importância de combater a pobreza e outros determinantes sociais de saúde, aumentar a conscientização da comunidade e criar demandas por serviços, importância de colocar sociedade civil e comunidades no centro, com seu engajamento, ativismo, defesa e mobilização.
“A resposta ao HIV mostrou que o impossível é possível,” disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS. “O UNAIDS trabalhará com nossos parceiros do sistema das Nações Unidas para compartilhar as melhores práticas da resposta à AIDS para orientar países, comunidades e outros parceiros”.
Como parte dos esforços mundiais para combater as DNTs, no dia 27 de setembro, líderes de países se reuniram em Nova York, nas Nações Unidas para a Terceira Reunião de Alto Nível da ONU sobre Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis. O UNAIDS é parte da Força-Tarefa Interinstitucional das Nações Unidas para a Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis e compartilhará seu conhecimento na reunião de alto nível.