Como parte dos esforços globais para o fim da AIDS como ameaça à saúde pública, o UNAIDS, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e parceiros, lançaram um novo roteiro para reduzir o número de novas infecções por HIV. O Roteiro de Prevenção do HIV até 2020 foi lançado na primeira reunião da Coalizão Global para Prevenção do HIV. A coalizão é presidida pelos Diretores Executivos do UNAIDS e UNFPA e reúne os Estados-membros da ONU, sociedade civil, organizações internacionais e outros parceiros como parte dos esforços para reduzir o número de novas infecções por HIV em 75% até 2020.
Apesar dos progressos na redução das mortes relacionadas à AIDS, que caíram quase 50% desde o pico da epidemia, o declínio das novas infecções por HIV entre adultos está defasado. Enquanto as novas infecções por HIV entre crianças caíram 47% desde 2010, as novas infecções por HIV entre adultos diminuíram apenas 11%.
“A ampliação do tratamento por si só não acabará com a AIDS”, disse Michel Sidibé, Diretor Executivo da UNAIDS. “Precisamos de mais energia e ação dedicadas à prevenção do HIV—liderança mais forte, mais investimento e envolvimento da comunidade para garantir que todos, especialmente as pessoas em maior risco de infecção pelo HIV, possam se proteger contra o vírus.”
“Em muitos lugares, a falta de acesso à educação, a falta de ação e a falta de autonomia sobre seus próprios corpos impedem que mulheres jovens reivindiquem seus direitos humanos. E as meninas mais pobres têm o menor poder de decisão sobre quando ou com quem casar e sobre quando e com qual frequência engravidar”, disse Natalia Kanem, Diretora Executiva do UNFPA. “Essa falta de poder torna cada uma dessas meninas extremamente vulnerável à infecção pelo HIV, infecções sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada.”
Em 2016, na Declaração Política da ONU sobre o Fim da AIDS, os países se comprometeram a reduzir as novas infecções por HIV em 75% – de 2,2 milhões em 2010 para 500.000 em 2020. O novo plano desenvolvido pelo UNAIDS, UNFPA e parceiros, colocará os países em Aceleração da Resposta (Fast-Track) para atingir esse importante objetivo.
“A Coalizão está aqui para reconhecer que todos nós somos importantes”, disse Laurel Sprague, Diretora Executiva da Rede Global de Pessoas Vivendo com HIV (GNP+). “Isso significa fazer o trabalho árduo para garantir que as pessoas vivendo com o HIV possam se manter saudáveis, vivas, e livres de preconceitos e discriminações — e o trabalho árduo para garantir que todos os que não são HIV positivos tenham apoio e os recursos que precisam para permanecer HIV negativos”.
O Roteiro de Prevenção do HIV até 2020 contém um plano de ação de 10 pontos que estabelece medidas imediatas e concretas que os países precisam tomar para acelerar o progresso.
As etapas incluem a realização de análises atualizadas para avaliar onde as oportunidades estão para o máximo impacto, desenvolvendo orientações para identificar lacunas e ações de rápida expansão, treinamento para desenvolver conhecimentos especializados na prevenção do HIV e desenvolver redes, e identificar barreiras legais e políticas para alcançar as pessoas mais afetadas pelo HIV, incluindo jovens e populações-chave.
O roteiro identifica fatores que prejudicaram o progresso, como lacunas na liderança política, leis punitivas, falta de serviços acessíveis aos jovens e falta de serviços de prevenção do HIV em ambientes humanitários. Ele também destaca a importância do envolvimento da comunidade como defensores, para garantir a prestação de serviços e prestação de contas.
O roteiro também identifica lacunas sérias no financiamento e na dotação orçamentária — o UNAIDS estima que cerca de um quarto dos orçamentos de HIV deve ser alocado para programas de prevenção do HIV; No entanto, em 2016, muitos países gastaram menos de 10% dos seus orçamentos de HIV na prevenção, e muitos doadores internacionais gastaram menos de um quarto.
“O UNAIDS está pedindo compromisso e liderança para resultados mensuráveis”, disse Sidibé. “Liderança para abordar questões políticas sensíveis e liderança na mobilização de financiamento adequado dos programas de prevenção do HIV”.
Reduzir novas infecções por HIV em 75% exigirá um foco intensivo na prevenção do HIV, combinado com a ampliação do teste e tratamento do HIV. Tomar uma abordagem local, baseada na população, para garantir um planejamento e programação eficazes e eficientes, e uma abordagem centrada nas pessoas que responda às necessidades de pessoas com maior risco de HIV será fundamental.
Serão necessários esforços conjuntos para alcançar as meninas adolescentes e as mulheres jovens e seus parceiros do sexo masculino, ampliar programas combinados de prevenção do HIV para populações-chave, aumentar a disponibilidade e a aceitação de preservativos, expandir os programas voluntários de circuncisão masculina cirúrgica para a prevenção do HIV e garantir que pessoas com maior risco de HIV tenham acesso a medicamentos preventivos.
O roteiro encoraja os países a desenvolver um plano de 100 dias para ações imediatas, incluindo a definição de metas nacionais, revisando os progressos realizados mediante o plano após 100 dias, reavaliando seus programas nacionais de prevenção e tomando medidas corretivas imediatas. Ele descreve a forma como os diferentes parceiros podem contribuir, e inclui ações para a sociedade civil, parceiros de desenvolvimento, instituições filantrópicas e a comunidade empresarial. Ao atingir esses objetivos, o progresso na redução de novas infecções por HIV deve acelerar significativamente, estabelecendo os países firmemente no caminho para acabar com suas epidemias de AIDS.
Acesse aqui o Roteiro de Prevenção do HIV até 2020.