Como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o mundo comprometeu-se a acabar com a epidemia de AIDS até 2030.
Esse objetivo é ambicioso, mas é plenamente alcançável para a América Latina e o Caribe.
Acabar com a epidemia de AIDS pressupõe avançar em todo o espectro dos direitos humanos, civis, culturais, econômicos, políticos, sociais, sexuais e reprodutivos, incluindo o direito à saúde.
Hoje em dia, existem comunidades em situação de vulnerabilidade onde persistem as desigualdades e os serviços essenciais não chegam às pessoas necessitadas.
Em 2014, na América Latina e no Caribe, foram registradas 90 mil novas infecções por HIV e quase 50 mil mortes relacionadas à AIDS, algo que, na era do tratamento, é inadmissível.
Para mudar essa dinâmica, temos que acelerar o ritmo de nossa ação. A boa notícia é que agora temos as ferramentas e o conhecimento necessários para deter a epidemia e evitar o seu recrudescimento.
Na região, já chegamos a quase 1 milhão de pessoas que recebem tratamento, o que é vital. E, cada vez mais, podemos melhorar nossa capacidade de alcançar pessoas que, de alguma forma, poderiam ter sido deixadas para trás.
Depois dos Fóruns da Cidade do México e do Rio de Janeiro, os países da região aderiram e estão aplicando a Estratégia de Aceleração da Resposta do UNAIDS, propondo metas ambiciosas para 2020.
Reforçando o compromisso político e financeiro, com um enfoque em direitos humanos, podemos fechar a lacuna existente no acesso ao teste e ao tratamento para o HIV, além de proteger a saúde das pessoas que vivem com o vírus e das populações mais vulneráveis.
Com os objetivos de desenvolvimento sustentável, o mundo entrou em uma nova era de inovação e integração.
Acabar com a epidemia de AIDS significa garantir que adolescentes, homens e mulheres jovens tenham acesso a uma educação apropriada sobre o HIV e os serviços de saúde sexual e reprodutiva. Significa também que as populações-chave, como os homens que fazem sexo com homens, as mulheres trans, as(os) profissionais do sexo e pessoas que usam drogas, tenham acesso completo aos serviços de saúde, com dignidade e respeito.
E significa também que todas as crianças nasçam sem o HIV, e que elas e suas mães não apenas sobrevivam, mas que também prosperem.
Estamos construindo o impulso para um futuro sustentável, equitativo e saudável para todos.
César Núñez
Diretor do UNAIDS para América Latina e o Caribe