“Sinto falta de uma mídia que aborde a questão da prevenção do HIV como um tema transversal”. O relato, que pertence a um jovem ativista de direitos humanos de Porto Alegre, faz parte do novo relatório “A mídia brasileira enfocando os jovens como atores centrais na prevenção de DST/AIDS e Hepatites Virais”, lançado ontem, dia 17, pelo Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, em cooperação com a Organização das Nações Unidas para Educação, a Cultura e a Ciência (UNESCO).
A publicação reúne este e vários outros relatos de grupos focais com jovens e adolescentes, bem como de jornalistas que trabalham na mídia – coletados pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) – sobre as suas percepções em relação à mídia e ações de prevenção para doenças sexualmente transmissíveis (DST), AIDS e hepatites virais.
“Os meios de comunicação precisam buscar uma linguagem capaz de alcançar diretamente a juventude, que seja menos impositiva e mais acessível. Só o “use camisinha” não tem funcionado. Além disso, hoje os jovens acessam as informações pela internet, por blogs que muitas vezes trazem conteúdos pouco qualificados”, disse Mariana Braga, Oficial de Programa do setor de Educação Preventiva da UNESCO no Brasil.
“O aumento de novas infecções pelo HIV no Brasil despertou o debate sobre a importância da mídia na disseminação de informações de qualidade sobre prevenção, tratamento e serviços relacionados ao HIV”, lembrou Georgiana Braga-Orillard, Diretora do UNAIDS no Brasil. “O lançamento deste relatório reflete esta preocupação”. A publicação pode ser utilizada como uma importante ferramenta de consulta, trazendo sugestões de estratégias para ampliar a cobertura pelos meios de comunicação sobre temas como DST e AIDS.
Para Salete Barbosa, Coordenadora Adjunta de Comunicação do DDAHV, a publicação serve tanto como embasamento para orientar a mídia e auxiliar as ações e campanhas do Ministério da Saúde voltadas para este público, quanto como instrumento de utilização de coordenações estaduais e municipais de saúde e educação, jovens e organizações da sociedade civil. “O crescimento da epidemia do HIV no Brasil está concentrada no público jovem, por isso essa pesquisa é tão importante para ajudar na resposta à AIDS”, afirmou Barbosa.
O lançamento da publicação “A mídia brasileira enfocando os jovens como atores centrais na prevenção de DST/AIDS e Hepatites Virais” ocorreu ontem durante o Seminário ANDI 21 anos sobre a mídia brasileira e os direitos humanos, que termina hoje (18/6), em Brasília.