No dia 6 de junho foi anunciado em Brasília o Conselho Global sobre Desigualdades, AIDS e Pandemias, tendo a ministra da Saúde Nísia Trindade como membro fundadora. A participação do Brasil no Conselho é fundamental, pela experiência histórica do país na resposta ao HIV e pelo compromisso assumido pelo governo de fazer frente às múltiplas desigualdades que ainda impedem o acesso pleno de parcelas significativas da população aos direitos de cidadania, como saúde e educação.
Como membro fundadora do Conselho Global, a ministra Nísia Trindade terá a oportunidade de compartilhar as experiências do Brasil como, por exemplo, o recente lançamento do Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDS), que reúne nove ministérios para trabalhar de forma articulada a fim de elaborar e implementar estratégias de eliminação de doenças que acometem, de forma mais intensa, as populações em maior vulnerabilidade social, como a AIDS, tuberculose, sífilis, entre outras. Neste contexto, o Brasil tem muito a contribuir, com seu histórico de resposta ao HIV a partir de uma forte participação da sociedade civil.
Outros pontos relevantes com os quais o Brasil pode contribuir com as aprendizagens do Conselho Global são a experiência acumulada com a legislação sobre Medicamentos Genéricos, que incentiva o acesso e a disponibilidade de medicamentos acessíveis e eficazes, e a iniciativa das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), que impulsiona a produção local de medicamentos por meio da transferência de tecnologia entre empresas farmacêuticas privadas e públicas.
Ainda quando se fala na resposta às pandemias, a ministra Nísia Trindade terá a oportunidade compartilhar, também, sua experiência à frente da Fiocruz, quando teve a grande responsabilidade de liderar a resposta da instituição à pandemia de COVID-19. A Fiocruz foi a primeira no Brasil a produzir e distribuir uma vacina com produção 100% nacional, vindo a tornar-se um centro de referência global para a produção de vacinas com a tecnologia mRNA.
“A contribuição que a ministra Nísia Trindade trará para o Conselho Global é inestimável e vai garantir que o Brasil continue exercendo sua liderança regional e global na resposta às desigualdades, tal como foi tão claramente defendido pelo presidente Lula em seu recente discurso em Paris”, defende Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS no Brasil. “O UNAIDS está muito feliz com a participação ministra no Conselho e disposto a aprofundar ainda mais nossa excelente parceria na resposta ao HIV e à AIDS no Brasil”, finaliza.
O Conselho reúne especialistas da academia, governos, sociedade civil, desenvolvimento internacional e artes criativas para promover soluções baseadas em evidências para as desigualdades que impulsionam a AIDS e outras pandemias. O Conselho vai reunir evidências essenciais para o trabalho de formuladores de políticas públicas, de forma a elevar a atenção política para a necessidade de ação. Ainda mais fundamental: vai ajudar a equipar a linha de frente de atuação das comunidades que lutam por suas vidas com recursos de advocacy, fornecendo-lhes o que precisam para influir nas mudanças políticas e de poder.
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