Projeto Balaio já ajudou mais de 800 pessoas LGBTI e pessoas vivendo com HIV em SP

O Projeto Balaio: saúde, inclusão e comunidade, liderado pela ONG Instituto Cultural Barong, em São Paulo, completou em junho a entrega de mais de 390 cestas básicas de alimentos, de kits de higiene e limpeza, de kits de saúde e prevenção sexual. As cestas e kits já beneficiaram mais de 800 pessoas LGBTI e pessoas que vivem com HIV em situação de extrema vulnerabilidade na cidade de São Paulo.

O Projeto Balaio é uma iniciativa da organização não governamental Barong, de São Paulo, em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Centro de Referência da Diversidade (CRD) e Pela Vidda/SP, do Centro de Referência e Tratamento de DST Aids de São Paulo (CRT/SP), da AIDS Health Foundation (AHF) no Brasil e da DKT Prudence.

O objetivo do projeto é mitigar os impactos secundários da pandemia de COVID-19 entre as pessoas vivendo com HIV e populações mais afetadas pela epidemia, incluindo pessoas LGBTI+ que vivem na cidade de São Paulo. Além de alimentos e produtos de limpeza, o projeto fez a distribuição de botijões de gás para as pessoas em situação de maior vulnerabilidade.

Também faz parte do Projeto Balaio,  com o apoio do CRT/SP,  uma estratégia-piloto de base comunitária para entrega de medicamentos antirretrovirais, distribuídos pelo SUS, para pessoas vivendo com HIV e que tenham fatores acrescidos de risco para a COVID-19 ou estejam enfrentando dificuldades para ir aos serviços de saúde.  

“À medida que conseguimos mais recursos, nosso plano é também conseguir ampliar o cadastro para ajudar mais pessoas”, diz Marta Mc Britton, diretora-presidente do Barong. “Estamos vivendo um momento muito difícil, mas também uma grande onda de solidariedade. Por isso acreditamos no sucesso e na perenidade do Projeto Balaio.”

A cidade de São Paulo tem sido uma das mais afetadas pelo novo coronavírus em todo o Brasil desde o início da pandemia. Um levantamento recente revelou que cerca de 16% da população nos bairros mais pobres da cidade foi infectada. Até o dia 29 de junho, a cidade tinha registrado 150.910 casos e 12.314 mortes. Isso representa um aumento de mais de 100% em relação aos números de um mês atrás.

“Uma pesquisa feita pelo UNAIDS com pessoas vivendo com HIV, logo no início da pandemia, deixou muito evidente que esta parcela mais pobre e excluída da população sofreria com uma ampliação destas vulnerabilidades num contexto como este”, explica Cleiton Euzébio de Lima, diretor interino do UNAIDS no Brasil. “Estas são populações prioritárias para o UNAIDS, o que nos levou a buscar uma parceria com o Barong para que, com sua experiência de campo, este trabalho pudesse ser realizado com êxito.”

A expectativa é que mais 550 cestas de alimentos e de kits de higiene, além de 550 kits de saúde e prevenção sexual, sejam distribuídos no mês de julho. O objetivo do projeto é ir além desta fase inicial e conseguir levantar doações corporativas e de pessoas físicas–que tenham disposição e condições de ajudar–a fim de torná-lo sustentável ao longo de 2020. 

Mobilização de doações

O UNAIDS e o Barong realizaram, no primeiro semestre, diversas atividades para mobilização de doações para o projeto. Em maio, o UNAIDS convidou alguns dos maiores empresários e Djs da cena eletrônica LGBTI+ do Brasil para deixar, nas redes sociais, uma mensagem sobre questões como a importância de ficar em casa neste momento de pandemia, de cuidar da saúde mental–de si mesmo e daqueles mais próximos–, e de aderir a uma onda de solidariedade para ajudar a comunidade LGBTI+ e de pessoas vivendo com HIV em situação de extrema vulnerabilidade.


Além de contribuírem com a participação nos vídeos, os empresários fizeram doações para o Balaio, o que permitiu a compra de mais cestas básicas e kits de higiene e limpeza para diversas pessoas LGBTI+ em situação de vulnerabilidade. (Saiba mais sobre este apoio)

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