“Como podemos criar um ambiente onde as pessoas LGBT+ se sintam cada vez mais livres para ser quem elas são?” Esta é uma das perguntas que o Sistema ONU levanta no terceiro e último vídeo da série Capital Trans: O que a sua empresa tem feito para acolher a diversidade?, lançado hoje como parte das celebrações do Dia International do Orgulho LGBTI+, comemorado mundialmente no dia 28/6.
O vídeo reforça as mensagens de promoção dos direitos das pessoas LGBTI+no Brasil, especialmente num momento em que a marginalização e as vulnerabilidades impostas à comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexo (LGBTI+) colocam estas pessoas entre as mais expostas à pandemia de COVID-19.
Na próxima terça-feira, 30/6, às 17h00, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e a iniciativa Livres & Iguais farão uma “live” nas redes sociais com Maitê Schneider, uma das fundadoras da iniciativa Transempregos, para debater os temas abordados na série Capital Trans. Os detalhes do bate-papo serão divulgados através das redes sociais: @onubrasil, @oitbrasil e @unaidsbrasil nos próximos dias.
“Sou uma das fundadoras da Transempregos, um projeto que faz a inclusão de pessoas trans no Mercado de trabalho, diminuindo os viezes que as empresas têm em relação a preconceitos por não conhecer a questão trans, principalmente”, diz Maitê Schneider. “Ao mesmo tempo, [o Transempregos busca] ser o maior banco de currículos para fazer a inserção dessas pessoas dentro deste universo, tanto corporativista quanto de empreendedorismo.”
No mercado de trabalho, as questões LGBTI+ aparecem cruzadas com questões de gênero, raça, e outras vulnerabilidades que se somam neste processo. A série Capital Trans tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a necessidade de garantirmos que as medidas de apoio para mitigar o impacto socioeconômico desta crise tenham como foco esta parcela da população, comprovadamente mais propensa ao desemprego e à pobreza que a população em geral.
Muitas pessoas LGBTI+ trabalham no setor informal e não têm acesso a licença médica remunerada, indenização por desemprego e nem cobertura de proteção social. A pandemia de COVID-19 torna este quadro ainda mais grave, impondo desafios até então inimagináveis para esta parcela da população e para governos, empresas, organismos internacionais e demais atores envolvidos a fim de que encontrem soluções inclusivas.
“A gente não está trabalhando para que essas pessoas sejam mais especiais que as outras, mas para que suas vidas sejam protegidas”, diz o vídeo em um dos trechos.
A web-série Capital Trans, criada no Brasil pela campanha da ONU Livres & Iguais, em parceria com a iniciativa #ZeroDiscriminação, do UNAIDS, busca inspirar as pessoas por meio do compartilhamento de exemplos de empresas empenhadas no enfrentamento à discriminação contra pessoas trans no ambiente de trabalho, no mercado e na comunidade.
Em maio, como parte das celebrações do IDAHOTBIT (Dia Internacional contra a LGBT-fobia), a iniciativa destacou o vídeo Qual o impacto da diversidade no ambiente de trabalho? , que mostra como Diversas empresas têm desenvolvido ações específicas para atrair pessoas trans para suas vagas, buscando, ao mesmo tempo, sensibilizar seus funcionários para a importância desse acolhimento.
Neste contexto de inúmeros obstáculos globais para a saúde e a economia, a web-série Capital Trans busca trazer uma luz sobre a importância do respeito aos Padrões de Conduta da ONU para empresas no enfrentamento da discriminação contra pessoas LGBTI+.
Criado há três anos pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH), em colaboração com o Institute for Human Rights and Business, estes padrões oferecem cinco passos essenciais para que empresas consigam alinhar suas políticas e práticas aos padrões internacionais de direitos humanos das pessoas LGBTI+. Atualmente, mais de 300 empresas já declararam apoio a estes princípios.
Assista também ao primeiro vídeo da série Capital Trans, lançado dia 29 de janeiro (Dia Nacional da Visibilidade Trans): “Você já trabalhou com uma pessoa trans?”