O UNAIDS deu boas-vindas à decisão da Sociedade Internacional de AIDS (conhecida pela sigla em inglês IAS, de International AIDS Society) de realizar, de forma virtual, a 23ª Conferência Internacional de AIDS em julho e espera que as principais redes de populações-chave que organizam a conferência HIV2020 possam também encontrar uma solução alternativa para sua realização.
No auge da pandemia de COVID-19, a AIDS 2020: Virtual, organizada pela IAS, permitirá que os participantes tenha acesso e se envolvam com as mais recentes descobertas científicas, ações de advocacy e conhecimentos sobre o HIV, de uma forma totalmente segura.
Os organizadores da HIV2020, uma conferência que deveria ser realizada no México, a fim de fornecer uma alternativa segura para pessoas que não podem ou não gostariam de viajar para os Estados Unidos, cancelaram a conferência e estão analisando formas alternativas após o Governo do México ter suspendido grandes eventos no país.
“Agradeço aos organizadores por terem prosseguido com a Conferência Internacional de AIDS de 2020 e de uma maneira que protegerá a vida e o bem-estar de milhares de participantes. Convido todas as pessoas a se reunirem na AIDS 2020: Virtual para termos o maior número já visto de participantes e recomendo que trabalhem juntas para acabar com a epidemia da AIDS”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS. “Espero que a HIV2020 ainda possa seguir em frente de alguma forma. O UNAIDS apoia a decisão dos coorganizadores de colocar a saúde e a segurança das comunidades em primeiro lugar.”
Esperava-se que um grande número de pessoas participasse da AIDS 2020 em San Francisco e Oakland, Estados Unidos. Em vez disso, a AIDS 2020: Virtual permitirá que os participantes interajam através de sessões virtuais, satélites, exposições, arquivos virtuais de áudio e redes interativas da comunidade de qualquer lugar do mundo. Espera-se que a HIV2020 seja realizada de uma maneira semelhante.
Kevin Osborne, diretor executivo da IAS, disse: “O tema da AIDS 2020: Virtual é resiliência. Não há palavra melhor para descrever o que é necessário nesse momento. Hoje, essa resiliência está sendo testada por um cenário de saúde global em rápida evolução, ao qual agora devemos adicionar a pandemia de COVID-19. Solidariamente, agora mais do que nunca a comunidade do HIV precisa se unir em nosso compromisso comum para garantir que as evidências e os direitos humanos permaneçam como pilares da nossa resposta.”
Rico Gustav, diretor executivo da Rede Global de Pessoas Vivendo com HIV (GNP +), disse: “Como coorganizadores da HIV2020, a Rede Global de Pessoas Vivendo com HIV e outras redes globais somos unânimes em nossa decisão de cancelar a conferência. A saúde e a segurança de nossas comunidades vêm em primeiro lugar. Conforme a COVID-19 afeta mais países e comunidades, estamos adaptando e apoiando nossos membros nesses tempos extremamente difíceis. Os co-organizadores da HIV2020 continuarão a defender e a aprimorar a liderança das principais populações e pessoas vivendo com HIV para respostas ao HIV e à saúde local, nacional e globalmente, incluindo a exploração de espaços virtuais para possibilitar isso.”
O UNAIDS pede a todas as pessoas que se lembrem que a COVID-19 é uma doença grave. Todas as pessoas que vivem com HIV devem tomar todas as medidas preventivas recomendadas para minimizar a exposição e prevenir a infecção pelo vírus que causa a COVID-19.
Como na população em geral, pessoas idosas vivendo com HIV ou pessoas com HIV com problemas cardíacos ou pulmonares podem estar em maior risco de serem infectadas pelo vírus e de sofrerem sintomas mais graves. Aprenderemos mais sobre como o HIV e a COVID-19 impactam as pessoas que vivem com o HIV à medida que a epidemia chega a países e comunidades que respondem a ambas as epidemias. Lições sobre o lançamento de inovações ou a adaptação da prestação de serviços para minimizar o impacto nas pessoas vivendo com HIV serão compartilhadas e replicadas assim que estiverem disponíveis.
A resposta ao HIV mostrou que uma resposta forte e eficaz à saúde pública que envolve as comunidades afetadas deve se basear nos direitos humanos e abordar os contextos biológico e social das doenças. À medida que a COVID-19 entra em ambientes de alta densidade e ameaça pessoas e comunidades marginalizadas, é fundamental que as necessidades de informações, suprimentos básicos de higiene, como sabão e água, alimentos e apoio social que responda à perda de renda e à pobreza sejam priorizadas e abordadas como parte da preparação e da resposta.
“A pandemia de COVID-19 está afetando a vida de bilhões de pessoas em todo o mundo”, acrescentou Byanyima. “Não devemos esquecer, no entanto, que a epidemia de HIV não desapareceu. Mesmo nestes tempos difíceis, nossos parceiros estão garantindo que a resposta à AIDS continue—são heróis desconhecidos assegurando que os serviços de tratamento e prevenção do HIV para pessoas que vivem e são afetadas pelo HIV continuem disponíveis.”