Receber ligações a qualquer hora do dia não é incomum para Liu Jie, a oficial de Mobilização Comunitária no escritório do UNAIDS na China. Devido ao surto de COVID-19 pelo qual o país está passando, todo o escritório tem se dedicado a ajudar as pessoas que vivem com HIV na continuidade do acessar ao tratamento, especialmente na província de Hubei, onde a pandemia foi relatada pela primeira vez. Recentemente, Liu ficou surpresa quando recebeu uma ligação da Polônia.
“Um homem chinês se apresentou dizendo que está isolado e que ficará sem medicamento para o HIV em dois dias”, conta Liu.
Com as restrições de viagem fechando cada vez mais países, o homem não podia voltar para casa nem acessar remédios. Sem saber o que fazer, ele procurou uma organização comunitária chinesa, a Birch Forest National Alliance, e através deles fez contato com o UNAIDS em Pequim, explicou ela.
Ele, como inúmeras outras pessoas no exterior, foi pego de surpresa pelas consequências do surto de COVID-19. Dias antes, o escritório do UNAIDS na China havia ajudado outra pessoa chinesa vivendo com HIV a ter acesso a medicamentos enquanto estava presa em Angola. Nos dois casos, colegas em Pequim procuraram os escritórios nacionais do UNAIDS e a equipe global de Mobilização Comunitária em Genebra, Suíça. O Diretor Nacional do UNAIDS na Angola fez a ponte com a Rede Angolana de Organizações de Serviços de AIDS e a pessoa conseguiu acesso aos medicamentos rapidamente.
No caso da Polônia, Jacek Tyszko, um polonês que faz parte da equipe de mobilização comunitária do UNAIDS, sabia exatamente o que fazer. “Como estivemos em contato com redes regionais de pessoas vivendo com HIV na Europa Central e Oriental, fiz uma ligação”, relembra.
Anna Marzec-Boguslawska, chefe do Centro Nacional de AIDS da Polônia, concordou rapidamente em dar seguimento. Ela sempre foi muito receptiva, o que nos permite avançar rapidamente em campo. Vinte e quatro horas depois, Liu recebeu uma foto de um homem segurando uma caixa de remédio em frente a um prédio cinza. Minutos depois, o telefone tocou.
“Era o mesmo chinês ligando novamente da Polônia. Ele estava chorando de alegria, dizendo que tinha o remédio e que essa era uma foto dele agora, conta. “Ele continuou dizendo que não podia acreditar que tornamos possível o que parecia impossível.”
O diretor da Birch Forest National Alliance, Bai Hua, também agradeceu ao UNAIDS. “Este caso realmente mostra que o UNAIDS está enraizado nas comunidades e próximo das pessoas que vivem com HIV”, disse ele.