“Esta é uma excelente notícia. Agora, temos mais uma confirmação de que, entre as pessoas que vivem com HIV e que seguem o tratamento regularmente, a carga viral suprimida significa a não transmissão do vírus”, disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS. “Isso gera uma mensagem forte e positiva que ajudará a reduzir o estigma relacionado ao HIV e a melhorar a autoestima e a autoconfiança das pessoas que vivem com HIV.”
No final do estudo, que durou oito anos, 15 pessoas foram infectadas pelo vírus. O rastreamento (screening) da cepa do vírus presente nas pessoas vivendo com HV mostrou que nenhuma das novas infecções estava relacionada aos parceiros vivendo com HIV no estudo, mas sim de um parceiro sexual externo ao casal. Os pesquisadores estimam que, dentro do estudo, que ocorreu em 14 países europeus, cerca de 472 transmissões de HIV foram evitadas ao longo dos oito anos.
O UNAIDS espera que os resultados encorajem mais pessoas a fazer o teste para o HIV e a receber tratamento efetivo. Nos últimos anos, houve uma enorme expansão na implementação e na adoção da terapia antirretroviral. Em 2017, dos 36,9 milhões de pessoas vivendo com HIV, 59% (21,7 milhões) tiveram acesso ao tratamento e 47% se tornaram indetectáveis. São necessários esforços organizados para assegurar que todas as pessoas que vivem com HIV tenham acesso e adesão à terapia antirretroviral efetiva.
Grande parte das transmissões do HIV ainda acontece antes que as pessoas conheçam seu estado sorológico para o vírus. O risco de transmissão do HIV é maior nas semanas e meses imediatamente após a infecção, quando a carga viral é alta e é improvável que a pessoa que contraiu o vírus conheça seu estado sorológico, esteja em tratamento ou esteja indetectável.
Isto demonstra a importância crítica de continuar os esforços de prevenção do HIV, incluindo o uso do preservativo e a profilaxia pré-exposição—medicamentos tomados por uma pessoa que não vive com HIV para prevenir a infecção pelo vírus.